Ano passado foi desafiador para o mundo, milhares de empresas adotaram o modelo de trabalho home office. O trabalho remoto no pós-pandemia continuará?
No início de 2020, apenas 5,2% dos profissionais realizavam as suas atividades no modelo home office, mas devido à pandemia, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 20 a 26 de setembro, 7,9 milhões de pessoas estavam em trabalho remoto.
Com mais de 35 anos no mundo corporativo e desde 2015 à frente da MORCONE Consultoria Empresarial, atendendo empresas de diversos segmentos e de todos os portes, hoje trago um artigo com reflexões sobre essa nova realidade no trabalho.
Inicialmente, para milhares de profissionais, o problema quanto ao trabalho remoto foi a adaptação, ainda mais em um cenário familiar, mas após esse período, não apenas os profissionais, mas as empresas, compreendem esse modelo de trabalho como muito mais satisfatório por vários fatores.
Trabalho remoto no pós-pandemia – por que é um modelo que chegou para ficar?
Muitas empresas, nacionais e estrangeiras, pretendem continuar no formato de trabalho remoto após a pandemia, outras, mesmo com o retorno das atividades, conforme a crise na saúde for se atenuando, têm como tendência a flexibilização, ou seja, oferecer à equipe a possibilidade de mesclar entre trabalho remoto e presencial.
Muitos negócios tinham uma imagem errônea de que o trabalho à distância poderia não ser tão efetivo quanto o presencial ou que não seria possível manter uma comunicação alinhada com as pessoas no formato remoto. Mas o que se viu foi que a qualidade do trabalho não foi comprometida e que, além disso, o conceito de “presencial” está muito além da presença física.
As empresas foram desafiadas a experimentar um novo modelo de trabalho e os profissionais também. Ambos tiveram que se planejar para que o modelo funcionasse e foi percebida a melhora do rendimento no trabalho.
Dentre as inúmeras vantagens desse modelo está a flexibilidade do horário e o fim do deslocamento até o local de trabalho. Pessoas que antes passavam mais de uma hora no transporte público ou no trânsito, podem se utilizar desse tempo para a realização de outras atividades.
Outra vantagem é a economia para as empresas, já que as despesas com o trabalho home office são mais baixas.
Muitos negócios decidiram manter apenas um escritório para eventualidades, mas o que se percebeu em 2020 é que os modelos de reuniões por plataformas como Zoom, Microsoft Teams, Google Meet, entre outras, são tão ou mais efetivas do que as reuniões presenciais. Além disso, ferramentas como Trello, Slack, Miro, entre outras, permitiram uma melhor organização dos processos de trabalho e da reunião entre equipes.
Quais as desvantagens desse modelo?
A falta de planejamento do próprio tempo para os profissionais pode representar uma desvantagem nesse modelo de trabalho. Com a flexibilização de expediente, muitos profissionais podem trabalhar até mais do que no ambiente físico, mas essa é uma questão mais relacionada ao gerenciamento do próprio tempo.
Outro ponto é não conseguir lidar com os limites entre vida profissional e pessoal, o que também precisa ser revisto pelo profissional. Muitas pessoas reclamam que trabalham mais no modelo home office do que no modelo presencial, mas isso está mais relacionado com a ausência de planejamento.
Profissionais também relatam que a falta do contato próximo e físico com pessoas faz diferença no trabalho, o que demanda uma nova maneira de socialização se esse modelo de trabalho for adotado.
Pós-pandemia e suas transformações no trabalho
O trabalho remoto no pós-pandemia de uma necessidade em momento de caos na saúde pública mundial, se transformou em uma possibilidade permanente, o que leva a uma percepção das transformações no trabalho.
Mais vantajoso para alguns do que para outros, não se pode negar que esse é um modo de trabalho que instiga ainda mais a união de equipes, que evidencia a importância da comunicação interna e questiona os limites entre presencial e virtual, já que a presença em si está mais relacionada com a disposição individual dos seres, do que com a presença física nos ambientes.
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