Com a pandemia e a necessidade de tantas pessoas de trabalharem remotamente, o futuro do mercado de telecomunicações se torna alvo de questionamentos e desafios. No Brasil, estamos prontos para a expansão?
Com mais de 35 anos no mundo corporativo e desde 2015 à frente da MORCONE Consultoria Empresarial, tendo atuado como conselheiro de administração, inclusive, em empresas de telecomunicações, hoje trago um artigo sobre o futuro desse mercado.
Ano passado, especialistas participaram do Painel Telebrasil, que mostrava que com a mudança de hábitos durante a pandemia, como as aulas on-line e o trabalho home office, surgiu a necessidade de que houvesse o aumento de infraestrutura para que pudesse ser garantida uma melhor qualidade desses serviços e nunca se viu tanto o poder do setor de telecomunicações, como durante essa crise sanitária.
Futuro do Mercado de Telecomunicações no Brasil
Vivi experiências marcantes no setor de Telecom e sempre vi esse segmento como um dos mais potentes do mercado, porque, literalmente em cenário pandêmico, é o que mantém a sociedade funcionando e ajuda na viabilização dos serviços essenciais.
André Sarcinelli, CTO da Claro, utilizou uma frase que me levou a muitas reflexões como “Todo o ecossistema se mobilizou”. Vejamos a importâncias do mercado da telecomunicação no mundo. Durante a pandemia muitos fornecedores, como no caso da empresa Claro, trouxeram equipamentos às pressas de avião, porque por meio de navios levaria muito mais tempo, além disso, houve uma compreensão e parceria por parte dos principais players de streaming OTT, que tiveram que adaptar a resolução dos vídeos para não sobrecarregar as redes.
Esse episódio ocorreu com a Claro e com todas as operadoras de telefonia, agora é preciso pensar no futuro da telecomunicação no Brasil. A expansão não para e com ela surgem inúmeros desafios. A competitividade é grande, mas o consumo entre todas as companhias é altamente relevante.
Muitas empresas seguirão com o modelo de trabalho remoto porque não viram mais sentido em manter o negócio fisicamente, outras, ainda terão o negócio fisicamente apenas como um demarcador de território ou um “stand” para a marca, mas a maioria dos serviços seguirá de maneira remota, com isso, o desafio é trabalhar cada vez mais para melhorar e garantir a qualidade dos serviços.
Dentro dessas grandes companhias há uma preocupação constante com o planejamento estratégico, com a evolução digital e com as decisões que precisam ser tomadas para ontem. Em muitos casos, são muitos os braços, mas não há a devida organização.
Como conselheiro na área de telecomunicações, percebia que esse ritmo frenético em que as mudanças ocorrem fazia com que os gestores, com que os líderes de equipe e demais setores entrassem em verdadeiro colapso.
Ter um profissional experiente de fora desse cenário que por si só já é tão caótico, é fundamental. Como consultor, conselheiro e mentor já exerci em muitos momentos o papel de organizar os processos nessas empresas que necessitam de um apoio real, de uma mente que consiga descongestionar os caminhos para o progresso.
Num cenário de caos e de escassez de matéria-prima, como, por exemplo, diante do contexto de pandemia: se render ao que pode ser obtido no mercado ou re(negociar)? Como lidar com esse ritmo que dentro dessas organizações pode ser enlouquecedor para muitos gestores e gestoras e literalmente tirar noites de sono?
Em mentorias já ouvi muito mais sobre aspectos relacionados à saúde emocional decorrente de problemas organizacionais.
O futuro do mercado de telecomunicações no Brasil depende de processos muito bem delimitados, de organização constante, de planejamento estratégico em movimento, de comunicação interna muito bem alinhada. O sucesso não está propriamente na venda, mas na qualidade monitorada 24 horas para pessoas e empresas que precisam fazer o Brasil girar economicamente.
Com minha experiência nesse setor vejo possibilidades infinitas, de verdade, de crescimento, mas com gestores que, antes de tudo, prezem pelos processos e organização.
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