Quando se menciona transformação, como no caso de uma reestruturação financeira, muitos gestores a associam a mudanças radicais que mobilizam todas as esferas do negócio.
É claro que toda mudança pode gerar reações e desconforto, mas nem sempre precisa ser assim. Grandes transformações podem ser alcançadas por meio de pequenas mudanças.
Com ampla experiência no ambiente corporativo, atuando como advisor à frente da MORCONE, ajudando empresas, com destaque para as familiares, abordo sobre pequenas mudanças que levam a uma reestruturação financeira bem-sucedida.
Você acredita que a reestruturação financeira demanda mudanças radicais? Reveja esse pensamento!
Recentemente, vi um depoimento de Fabiano Coelho, administrador e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), sobre uma mentoria realizada em uma empresa em parceria com Eduardo Holder, também professor da FGV.
A empresa em questão estava diante de um contexto de prejuízo de R$250 mil/ano e não fazia ideia de como poderia melhorar os seus resultados.
E em uma simulação realizada pelos mentores, o negócio vivenciou uma valiosa experiência de geração de caixa!
A simulação realizada pelos especialistas contemplou cinco aspectos:
- Aumentar o preço em 0,5%;
- Redução dos gastos variáveis em 0,30%;
- Estrutura fixa reduzida em 2%;
- Melhora do rendimento atual das aplicações financeiras de 8,7% ao ano para 10% ao ano;
- Negociar o atual custo financeiro de 15,16% ao ano para 13% ao ano.
Essas ações poderiam ser facilmente executadas pelo negócio e trazer uma melhoria de mais de R$ 1 milhão de reai /ano. A empresa não precisou fazer nenhuma mudança drástica para isso, bastou olhar para a sua realidade sob uma nova perspectiva orientada pela visão externa.
Em grande parte dos casos, o empresário está tão envolvido na gestão da empresa que não consegue enxergar com clareza quais seriam as melhores decisões que podem impactar nos resultados do negócio.
Mas também é verdade que existem casos em que mesmo diante da realidade e com a visão clara acerca do problema, o empresário ainda reluta em enxergar o óbvio.
A reestruturação financeira é primordial à empresa não apenas nos casos de solução aos prejuízos do negócio, mas também para potencializar os ganhos, se tornando mais eficiente e saudável financeiramente no mercado.
Principais motivações por trás da reestruturação financeira
Especialmente entre as pequenas e médias empresas (PMEs), um dos maiores desafios enfrentados é conseguir manter o equilíbrio nas finanças, de maneira que o negócio tenha uma boa margem de contribuição.
Sabemos que existem algumas ações frequentemente cometidas entre as empresas brasileiras, como:
- Fazer a mistura das finanças pessoais com as da empresa – é muito comum em empresas familiares retiradas financeiras para atender às necessidades pessoais;
- Não definir um pró-labore entre os sócios – ou seja, um “salário fixo” a cada um dos administradores;
- Fluxo de caixa desatualizado com todos os ganhos e despesas da empresa;
- Manter registros em locais distintos – geralmente pela falta de um sistema que centralize as informações e facilite o processo;
- Falta de reserva de emergência – para empresas que têm um faturamento maior em determinados períodos, é essencial aproveitar esses momentos para fortalecer a reserva financeira;
- Empréstimos recorrentes – PMEs frequentemente enfrentam grandes dificuldades para obter financiamento junto aos bancos. Além disso, os altos juros cobrados podem levar os empresários a um ciclo interminável de dívidas.
Além disso, vale salientar que a reestruturação financeira também é indicada quando a empresa:
- Tem queda crescente em suas vendas;
- Não tem lucrado o quanto deveria;
- Não tem conseguido arcar com o pagamento dos funcionários;
- Não consegue pagar seus impostos ou encargos tributários no prazo estipulado;
- Altos custos fixos.
Gerenciamento de mudança – pequenos passos que geram grandes transformações
Uma das principais dificuldades quando é necessária uma reestruturação financeira na empresa ou qualquer outra mudança significativa, é conseguir avançar no processo minimizando os impactos negativos.
Diante deste contexto, a gestão da mudança torna-se uma ferramenta imprescindível para ajudar as empresas no processo da mudança de maneira eficaz e permite que os negócios implementem e gerenciem essas transformações de maneira estratégica.
Vale reforçar que toda mudança gera resistência e se pensarmos em âmbito pessoal, quando desejamos mudar algo em nossa vida diante de um contexto desorganizado, e pensamos em uma grande mudança repentina, as chances de fracasso são maiores, sendo assim, a maneira mais eficaz de empreender uma transformação real está em “doses homeopáticas” ou pequenas mudanças que dia após dia levam a uma mudança efetiva.
A gestão da mudança é uma metodologia que engloba:
Comunicação da necessidade da mudança – envolve tornar claros os motivos da mudança e no que impactará em todas as equipes;
Planejamento da implementação da mudança – Elaborar um plano de ação detalhado que inclua objetivos, prazos, responsáveis, recursos necessários e etapas do processo de mudança;
Engajamento de todos os profissionais – este é um dos processos mais complexos, que visa o apoio e participação das equipes no processo;
Gerenciamento da resistência à mudança – sempre haverá resistência e, neste momento, é crucial compreender as causas desta reação e desenvolver estratégias para minimizá-la;
Avaliação dos resultados da mudança – o acompanhamento dos resultados é essencial assim como a realização de ajustes no plano de ação conforme a necessidade.
Mude a mente e experimente a mudança efetiva em sua empresa
Retomando o exemplo da simulação realizada pelos mentores, perceba que a mudança é resultado de pequenas ações estratégicas.
O metafórico “elefante branco”, parte da realidade de tantas empresas, precisa ser enxergado. Não se pode ignorar o problema, e parte essencial no processo que antecede quaisquer mudanças no negócio, é a mentalidade voltada ao novo e às melhorias.
Seja a mudança estratégica, estrutural, de processos, cultural ou tecnológica, sem dúvidas encontrará o principal oponente: a resistência que pode ser decorrente do medo do novo, da sensação de perda de controle, de problemas na comunicação acerca da mudança e da crença de que podem afetar, inclusive, os interesses pessoais dos envolvidos.
Nem sempre será necessária uma abordagem radical, como mostrado na simulação dos especialistas, pequenas alterações, ou pequenas metas alcançáveis, já podem trazer excelentes resultados de curto prazo.
O ideal é contar com o apoio especializado, de profissionais externos que, a partir da análise da realidade da empresa, possam direcionar os melhores caminhos, como é o caso do conselho consultivo.
Aliás, é o conselho que auxiliará a empresa na vivência de práticas de governança corporativa e na tomada das melhores decisões que não apenas tragam resultados de curto e médio prazo, mas a longevidade no mercado, objetivo cada vez mais almejado pelas empresas brasileiras.
Pequenos passos, decisões diárias e disposição para o novo são ingredientes valiosos para a transformação organizacional. Mudanças não precisam ser bruscas, seja para uma reestruturação financeira ou qualquer outra mudança, pense em ciclos menores, no dia após dia e que ter uma visão profissional externa é uma baita aliada para resultados positivos.
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