Blog

O risco não está nos números, está no que não é questionado na sua empresa

Governança corporativa é o que revela riscos ocultos e fortalece decisões estratégicas além dos números nas empresas.

Nenhuma empresa se sustenta no mercado apenas com bons números, é necessário olhar analítico por trás de cada resultado.

Essa distinção, entre medir e confrontar, entre reportar e analisar criticamente, é o que separa organizações que antecipam riscos daquelas que descobrem tarde demais que algo fundamental saiu do lugar.

Os maiores problemas corporativos raramente começam na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), no caixa ou na auditoria.

Muitos começam antes, na decisão que ninguém desafiou, na projeção que não foi revisada, na estratégia que nunca foi testada.

Com ampla experiência no ambiente corporativo, atuando como Advisor à frente da MORCONE, tenho auxiliado e orientado empresas, especialmente empresas familiares brasileiras a se estruturarem para chegar aos 100 anos.

Neste artigo, abordo sobre a governança corporativa muito além de formalismos ou de um checklist, trato sobre a necessidade de criar estruturas que façam perguntas difíceis e que não aceitem respostas superficiais.

O que antecede problemas financeiros nas empresas?

Para empresas de pequeno e médio porte (PMEs), a negligência com a gestão financeira e a ausência de governança estruturada fazem toda a diferença.

É de conhecimento geral que uma em cada quatro empresas brasileiras fecham já no primeiro ano de atividade, e muitas vezes pelo mesmo motivo: falta de gestão financeiradescontrole de caixa e ausência de planejamento estruturado.

Além disso, de acordo com levantamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), conforme apontado no portal Terra,  cerca de 48% das micro e pequenas empresas encerram as atividades por falhas ligadas ao planejamento financeiro ou descontrole de caixa.

Ou seja: a mortalidade elevada das organizações não nasce necessariamente de decisões operacionais, mas da ausência de questionamentos, da falta de controle real, da escassez de estrutura para análise estratégica.

Por que a Governança Corporativa precisa deixar de ser um checklist?

Me questiono sobre onde ainda podem restar dúvidas de que a governança corporativa vai além de modismo ou checklist.

E mais, não se trata apenas de sobrevivência empresarial, mas de sustentabilidade, de alcançar a tão importante longevidade num mercado altamente competitivo.

Empresas com boas práticas de governança têm mais capacidade de: transparência, responsabilidadetomada de decisão estruturadagestão de riscos e continuidade no longo prazo.

No Brasil, essa urgência é cada vez mais evidente: pesquisa publicada em 2025 peloInstituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), apontava que 86,8% dos conselheiros e executivos consideravam provável ou muito provável o aprimoramento das práticas de governança corporativa em suas organizações ao longo do ano.

Assim, governança deixa de ser privilégio de grandes corporações, tornando-se uma necessidade estratégica para empresas de todos os portes.

O valor silencioso de um conselho consultivo ativo

Dentro dessa estrutura de governança, o papel de um conselho consultivo ganha relevância, principalmente em empresas familiares ou de médio porte.

Quando presente e atuante, o conselho exercita o “olhar externo” e crítico, promovendo análise além dos relatórios: ele questiona tendências, antecipa riscos, sugere ajustes antes que um problema se consolide.

Esse olhar externo e independente é um diferencial competitivo. Um conselho consultivo não substitui a gestão operacional, mas complementa, elevando a tomada de decisão estratégica e fortalecendo a base de governança corporativa.

Empresas com conselhos ativos têm mais chances de promover decisões mais equilibradas: avaliar investimentos com base realista, acompanhar fluxo de caixa e indicadores financeiros de forma disciplinada, revisar premissas de crescimento, e adaptar a rota conforme o contexto.

Apenas observar indicadores não evita riscos

Ressalto que a DRE bem feita é apenas o ponto de partida. É o instrumento que conta o que aconteceu, lucro, prejuízo, resultado operacional.

Mas, ainda assim, não revela o que poderia dar errado adiante: se a margem está sendo corroída por custos crescentes, se a precificação falhou, se a estrutura de capital está mal calibrada, se endividamentos futuros serão sustentáveis.

Sem uma governança madura e um conselho consultivo exercendo o seu papel, esses sinais ficam ocultos e tornam-se bombas-relógio no negócio.

Além disso, a ausência de governança clara pode comprometer a credibilidade frente a investidores, parceiros e novos stakeholders.

Em um cenário em que sustentabilidade, confiança e transparência ganham peso cada vez maior, isso pode significar perda de oportunidades estratégicas.

Governança e tomada de decisão estratégica juntas sustentam o futuro

A expressão “tomada de decisão estratégica” é frequentemente usada de forma genérica.

Mas na prática, ela só faz sentido quando apoiada em governança sólida, quando há processos claros, dados confiáveis, visão de longo prazo e a humildade para questionar premissas.

Quando atuo como conselheiro ou consultor, minha missão é ajudar empresas (com ênfase nas familiares) a estruturarem essa base: com controles financeiros robustos, governança corporativa eficaz, e conselhos consultivos comprometidos com a perenidade do negócio.

Com esse tripé, governança, conselho consultivo e disciplina financeira, fica possível conduzir decisões estratégicas com segurança: planejar expansões, avaliar investimentos, estruturar sucessões, preparar o negócio para desafios futuros.

E, sobretudo, evitar que o risco venha de onde menos esperamos: do que não foi questionado.

Comece fazendo as perguntas que merecem ser feitas

Se você lidera uma empresa ou faz parte da gestão, proponho algumas reflexões como ponto de partida:

  1. A sua empresa conta com um conselho consultivo ou estrutura equivalente para análise crítica das decisões?
  2. Quando foi a última vez que a DRE, o fluxo de caixa ou as projeções financeiras foram revisados de forma profunda, não apenas como exercício contábil, mas como base para questionamento estratégico?
  3. Há clareza sobre os riscos de longo prazo, cenários de estresse ou vulnerabilidades ocultas que podem comprometer a sustentabilidade do negócio?
  4. A tomada de decisão estratégica é pautada por dados e governança ou por intuição e urgência?

Se a resposta a alguma dessas perguntas for “não sei” ou “faz tempo que não revisamos”, pode ser um sinal de alerta de que o risco não está nos números, mas no que não foi questionado.

Governança é o que sustenta decisões, não os números isolados

Em minha trajetória atuando com empresas familiares e de médio porte, aprendi que a verdadeira segurança corporativa não está apenas no que os relatórios mostram, mas no que eles não mostram.

A diferença entre empresas que vivem de passado e aquelas que constroem um futuro sustentável consiste na coragem de questionar, de revisar, de planejar com responsabilidade.

Por isso, reforço: a governança corporativa não é um luxo para grandes corporações, mas a base estratégica para qualquer empresa que almeje longevidade.

E, se você quiser, posso ajudar a desenhar esse caminho para a sua empresa, com um conselho consultivo que não apenas veja os números, mas saiba interpretá-los, questioná-los e usá-los para decisões estratégicas maduras.

Gostou do conteúdo? Compartilhe. Lembre-se que na  MORCONE  pensamos em cada área do seu negócio, utilizando metodologias e práticas inteligentes. Acompanhe o trabalho do Advisor, Conselheiro Consultivo e Administrador de Empresas, Carlos Moreira, também no LinkedIn.

Fluxo de caixa saudável exige mais do que controle: exige maturidade na gestão

O papel do conselho consultivo em preservar a humildade nas lideranças

Compartilhe este artigo:

Posts Relacionados

Quem Somos

Inevitalvelmente, qualquer empresa, seja o carrinho de pipoca do Chico Pipoqueiro ou uma empresa de bilhões de dólores, terá somente 3 destinos possíveis! 1 – Ser Suscedida pela próxima geração; 2 – ser comprada ou comprar outra empresa; ou 3 – Falir!

A MORCONE é um Advisor especializado em empresas familiares brasileiras, implantando a Profissionalização da gestão, fortalecendo a Perenidade da empresa familiar brasileira e, de forma estruturada, preparando a empresa familiar brasileira para a Sucessão pela próxima geração, ou seja, que a geração que for assumir, esteja super preparada para só construir valor e ser mais geradora de caixa que a geração que passou o bastão. A Profissionalização, Perenidade e Sucessão só acontece com uma Governança forte e robusta sustentando tudo isto, e em Governança Corporativa somos especialistas.

Este é o nosso propósito! Profissionalização, Perenidade e Sucessão Estruturada nas empresas familiares brasileiras.

Se este próposito está alinhado com o que você busca para a sua empresa familiar brasileira, entre em contato. Vamos desenhar juntos o futuro forte e perene da sua empresa.

Posts Recentes