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O que a escassez de arroz ensina sobre o planejamento estratégico nas empresas?

O Brasil está vivenciando escassez de arroz e feijão, ou seja, o prato mais popular da mesa do brasileiro está muito mais caro e a tendência é que o valor suba ainda mais. A alta das chuvas na região Sul, maior produtora dos dois grãos, afetou ambas as colheitas. No caso do arroz, o país precisará dobrar a importação, já no caso do feijão, a tendência é o “apagão” do feijão tipo carioca, que não há como ser importado.

Com minha experiência de mais de 35 anos no mundo dos negócios e desde 2015 atuando como consultor e mentor empresarial junto à MORCONE Consultoria Empresarial, hoje trago um artigo sobre como o planejamento estratégico também está ligado a esse problema de escassez que estamos vivenciando agora em terra brasileira.

Esse problema específico do arroz e feijão muito mais caros e da provável escassez de feijão nos próximos meses, está obviamente mais ligado a fatores climáticos e a processos no mercado do Agronegócio, mas há muitos outros produtos no Brasil em falta nas empresas, reflexo da pandemia.

Para entender um pouco mais sobre o que está acontecendo com o preço do arroz, confira o vídeo abaixo da AgroSchool:

Haverá, por exemplo, um déficit de cobre de cerca de 17 milhões de toneladas, de uma produção anual de 47 milhões de toneladas, ou seja, muitas fábricas estão hoje sem matéria-prima para o processo de produção.

Temos também falta de PVC, o que justifica problemas na produção de diversos produtos, como é o caso do borrifador do álcool em gel, por exemplo.

Essa escassez de arroz e feijão indica a escassez nos próximos meses de muitos outros produtos básicos, levando o brasileiro a procurar por alternativas em seu orçamento e cardápio.

Agora em relação à escassez de outros produtos, devido ao fechamento de empresas de março a maio, estamos vivenciando o que é chamado de “efeito onda”. É muito provável que no final do ano as pessoas se deparem com a ausência de produtos para comprar, porque os fabricantes não puderam produzi-los por falta de matéria-prima.

A importância dos fornecedores na cadeia produtiva

A escassez de arroz que tem sido tão mencionada nas últimas semanas leva a reflexões sobre a importância do planejamento estratégico, sobretudo, dos fornecedores. É claro que nesse caso, os fatores climáticos e antecedentes de safras anteriores são os principais agravantes, mas a escassez desse produto alimentício leva a refletir sobre a importância do papel dos fornecedores.

O que as empresas são sem o bom relacionamento com os fornecedores?

O fornecedor precisa estar no plano de negócios de qualquer organização. Vale também mencionar a importância das 5 forças de Porter no planejamento estratégico, sendo uma das forças mencionadas nessa metodologia, a do fornecedor.

Sabemos que durante a pandemia o lockdown não serviu para que só as pessoas ficassem em suas casas, mas empresas e fábricas também precisaram se render à orientação de saúde pública. Hoje vemos os efeitos disso e vamos senti-los cada vez mais.

Por muito tempo a gestão de fornecedores era considerada atividade secundária nas empresas, mas a necessidade de controlar todo o fluxo de processos na cadeia produtiva faz parte de uma demanda estratégica.

Investir no relacionamento com os fornecedores melhora o fluxo em toda a cadeia de suprimentos, refletindo no aumento da sinergia e eliminando o retrabalho.

Dentre os principais benefícios na gestão de fornecedores, estão:

  • Foco e alinhamento junto aos fornecedores referente aos critérios da empresa;
  • Maior controle dos processos, o que também inclui a relação com fornecedores em qualquer parte do mundo;
  • Uma maior facilidade na formação de uma rede mais qualificada e extensa, aumentando o poder de barganha;
  • Redução do ciclo de estoque, ou seja, do tempo necessário entre a compra da matéria-prima e demais investimento em produção e a saída do produto acabado do estoque;
  • Diminuição nos prazos de produção, o que resulta em entrega mais ágil para os clientes.

Vale ressaltar que diante do problema de escassez de arroz, os fabricantes com bom planejamento estratégico, que abrange a boa gestão de fornecedores, conseguirão, mesmo diante da crise, oferecer valores mais “justos” dentro do possível  aos seus consumidores, até que o problema vá sendo solucionado.

Fatores climáticos devem estar no planejamento como parte das crises inesperadas que podem surgir em negócios do setor agro, apesar de ser um cenário mais complexo, ainda assim, com um bom relacionamento com fornecedores nacionais e estrangeiros é possível reajustar os valores dos produtos de uma maneira menos agressiva para com o consumidor, o que também gera confiabilidade.

Se uma empresa consegue, por exemplo, nesse cenário de crise, oferecer seus produtos em um valor mais acessível, as chances, inclusive, de que os consumidores migrem a preferência para a sua marca até mesmo depois do reajuste de preços, é grande.

Invista no planejamento estratégico e orçamentário

Toda empresa está sujeita a dificuldades ao longo de sua trajetória. É preciso estar sempre bem preparado, inclusive, para momentos de adversidade inesperados.

Se a empresa não costumava antes se preocupar com o planejamento estratégico e, principalmente, não considerava a gestão de fornecedores tão fundamental, é o momento de rever a sua visão.

Procurar o auxílio de um mentor ou consultor empresarial para uma melhoria no planejamento estratégico e ajuda na gestão de fornecedores, é indicado.

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Veja também:

Orientações importantes para o planejamento estratégico na pandemia

Como empresas familiares precisam agir diante da crise?

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