As pequenas e médias empresas (PMEs) do Brasil encerraram o segundo trimestre de 2024 registrando um crescimento de 5,2% no faturamento em relação ao primeiro trimestre do ano, impulsionado principalmente pelo setor industrial.
Os desafios enfrentados pelas PMEs são inúmeros e as forçam a ser cada vez mais disruptivas, inovadoras e a desenvolverem estratégias assertivas de maneira que gere valor à empresa.
Com ampla experiência no ambiente corporativo, atuando como advisor à frente da MORCONE, ajudando empresas, inclusive PMEs e empresas familiares, na reestruturação da gestão e finanças, assim como na implantação da governança corporativa , abordo sobre a importância do conselho consultivo para a criação estratégica em PMEs.
PMEs que desejam crescer no mercado precisam de um conselho consultivo
Por muitos anos, pequenas e médias empresas acreditavam que governança corporativa era algo que valia apenas para as grandes organizações, o que aos poucos foi sendo desmistificado.
Em um cenário de mudanças frenéticas no ambiente corporativo, o conselho consultivo para PMEs é um instrumento imprescindível que gera valor ao negócio, traz um novo “oxigênio”, levando as lideranças a novas visões de futuro e a um posicionamento mais competitivo no mercado.
O pensamento estratégico é o que levará as empresas a uma maior clareza quanto ao seu futuro, enquanto a governança corporativa será fundamental no fortalecimento dos relacionamentos do negócio junto aos stakeholders (sócios, diretoria, órgãos de fiscalização e controle, fornecedores, clientes etc.).
A função do conselho é dar às lideranças o direcionamento acerca de tomadas de decisões sobre questões estratégicas e do monitoramento de resultados, o que em longo prazo leva o negócio a uma maior robustez e geração de valor.
A maioria das empresas brasileiras hoje está focada nos problemas pontuais, nas questões ligadas à venda, ao seu core business, e isso não é algo ruim, pelo contrário, o negócio precisa focar em seu segmento de atuação, mas a questão é que é necessário pensar no futuro e ter um órgão colegiado que ajuda no aconselhamento sobre decisões estratégicas com foco no futuro é indispensável.
Não tem como alcançar longevidade sem estratégia e muito menos sem o apoio do conselho consultivo.
Criação estratégica em PMEs com o apoio do Conselho Consultivo
Dentre os principais pontos que contribuem para a criação estratégia em PMEs, estão:
Participação independente
Por não estarem envolvidos no dia a dia da gestão da empresa, os membros do conselho trazem uma perspectiva externa imparcial, auxiliando na identificação dos “pontos cegos” do negócio, o que também impacta na ampliação da visão estratégica.
Aconselhamento estratégico
A atuação do conselho consultivo para a criação estratégica em PMEs também se dá por meio do aconselhamento que orienta as lideranças para a tomada de decisões críticas e para um melhor preparo diante de desafios futuros.
Redesenho de prioridades
O conselho consultivo também assume a função de auxiliar o negócio a focar em áreas estratégicas de maior impacto, apoiando a adaptação da estratégia em resposta a mudanças no mercado, o que é essencial para que se mantenha a competitividade.
Abertura a novas oportunidades e parcerias
Os profissionais do conselho também representam a abertura para novos relacionamentos e parcerias, gerando novas oportunidades de crescimento.
Além disso, o órgão desempenha um papel crucial ao orientar os gestores sobre como obter recursos para novos investimentos, como a aquisição de tecnologias, garantindo que a empresa permaneça relevante e sustentável no mercado.
Relevância e diferenciação
O conselho consultivo para a criação estratégica em PMEs também atua no estímulo a uma cultura de inovação, no incentivo para que o negócio se mantenha aberto a novas ideias e tendências, assim como para que continue desenvolvendo diferenciais competitivos.
Gerenciamento de riscos
Outro ponto fundamental de contribuição do conselho consultivo para a transformação estratégica em PMEs é auxiliar na identificação e mitigação de riscos estratégicos, ajudando a empresa a lidar com ambientes de incerteza com maior segurança.
Por que pensar estrategicamente é tão fundamental para a longevidade das empresas?
Já dizia Darwin que a força e a inteligência não são o suficiente para garantir a sobrevivência, mas a capacidade de se adaptar às mudanças.
Existe uma grande demanda por criação estratégica entre as empresas brasileiras, que vai além das análises detalhadas de dados, pois consiste principalmente na capacidade de compreensão do quadro geral e na tomada ágil de decisões com menos informações. Atualmente o que se espera é o maior equilíbrio entre precisão e oportunidade, resultado da maturidade organizacional.
A criação estratégica precisa compor a cultura do negócio, afinal, sem uma cultura baseada nessa premissa, será impossível a empresa progredir no processo.
Segundo a consultoria global, Korn Ferry, conselhos que atuam nas empresas como ativo estratégico, orientados por comportamento, possuem algumas características em comum:
- Atuam em equipe, em um ambiente de ampla confiança, com abertura a desafios;
- Apresentam percepções de amplitude mundial e conhecimento profundo sobre as melhores práticas de criação estratégica e gestão;
- Estão de olho no futuro e analisam com franqueza as necessidades de desenvolvimento pessoal e de equipe;
- Compartilham de diversidade de pontos de vista;
- Vivenciam os valores da empresa.
A criação estratégica deve passar por dois mecanismos: pelo pensamento e pelo planejamento estratégico.
Pensamento estratégico – envolve a criação de cenários competitivos e o desenvolvimento de um posicionamento estratégico;
Planejamento estratégico – foca na análise de oportunidades e ameaças no ambiente, detalhando objetivos, metas e ações competitivas para conquistar e manter a preferência dos clientes.
Para estruturar um conselho consultivo é preciso que a empresa reconheça suas necessidades de maneira que o órgão seja composto pelos profissionais que possuem as habilidades específicas para supri-las.
Para alcançar a longevidade é preciso ter clareza sobre o que a empresa quer e, em muitos casos, a liderança não está alinhada sobre o futuro que almeja, sendo assim, ter ajuda externa é importante no processo, para apoiar a perspectiva estratégica e a sustentabilidade do negócio.
Vale ressaltar que uma vez que objetivos estratégicos de curto, médio e longo prazo são definidos, será possível saber como o conselho poderá melhor auxiliar a empresa, qual a quantidade ideal de profissionais para compor o órgão e quais seriam estes profissionais e habilidades necessários.
É o momento de galgar novos degraus no mercado e de desenvolver novas estratégias? O conselho consultivo será valioso no processo.
Referência
Para o desenvolvimento do tópico Por que pensar estrategicamente é tão fundamental para a longevidade das empresas? Foi utilizada como apoio a obra:
PAGANO, Robin. Conselho Consultivo – Guardião do Futuro e das Boas Práticas de Gestão em Pequenas e Médias Empresas. eBook Kindle, 2023.
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