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Fundador, herdeiros ou números: quem lidera a empresa familiar?

Conselho consultivo em empresas familiares ajuda a mediar conflitos e garantir sucessão segura e crescimento sustentável

O conselho consultivo em empresas familiares é uma peça-chave para garantir a continuidade e o equilíbrio da liderança, principalmente considerando que mais de 90% das empresas no Brasil são familiares.

A pergunta que dá título a este artigo, portanto, não é apenas provocativa: é essencial para o futuro do nosso setor produtivo.

Durante anos, a figura do fundador representou o pilar de sustentação dessas organizações.

No entanto, à medida que novas gerações chegam e os desafios do mercado se intensificam, surge a necessidade de repensar a liderança nas empresas familiares.

É nesse cenário que o conselho consultivo em empresas familiares vem ganhando protagonismo como uma ferramenta de governança estratégica, capaz de equilibrar tradição, renovação e performance.

Com ampla experiência no ambiente corporativo, atuando como Advisor à frente da MORCONE, auxiliando e orientando empresas, especialmente empresas familiares brasileiras, a se estruturarem para chegar aos 100 anos.

Trato sobre o papel do conselho consultivo em empresas familiares para decisões estratégicas, inclusive, quanto à sustentabilidade da empresa a longo prazo.

A quem pertence o comando?

A dúvida entre manter o fundador no comando, preparar herdeiros ou profissionalizar a gestão a partir de indicadores de desempenho é comum e legítima.

Ainda mais quando se sabe que apenas 12% das empresas familiares conseguem manter-se sob o controle da família até a terceira geração, de acordo com estudo Global Family Business Report 2023, da consultoria KPMG.

Essa realidade mostra o quanto a sucessão empresarial ainda é um ponto frágil para muitas empresas, muitas vezes postergado até que um evento emergencial exija a troca de comando e, com isso, acentue conflitos, desorganização e até crises de continuidade.

A centralidade do fundador: quando força vira fragilidade

É natural que o fundador concentre decisões, contatos estratégicos e grande parte do conhecimento do negócio.

Mas, quando isso se mantém por décadas, torna-se um fator de risco. O excesso de centralização, ainda que bem intencionado, pode impedir a profissionalização da gestão, inibir lideranças internas e comprometer a longevidade da empresa.

Esse cenário se agrava quando o fundador adia indefinidamente o processo de sucessão por falta de confiança nos herdeiros ou por ausência de um plano estruturado.

A resistência ao afastamento pode também estar relacionada ao receio da perda de identidade ou à dificuldade de adaptação às novas dinâmicas do mercado.

Herdeiros preparados ou apenas presentes?

Incluir os herdeiros na liderança não é uma imposição hereditária. É uma construção. É preciso distinguir entre ser dono e estar preparado para liderar.

O envolvimento precoce dos sucessores em diferentes áreas do negócio, a participação em conselhos e o incentivo à formação técnica e comportamental são fatores decisivos para que a nova geração esteja apta a liderar com responsabilidade e visão de futuro.

Nesse sentido, o conselho consultivo em empresas familiares surge como um espaço seguro para essa integração, permitindo que os herdeiros participem das decisões estratégicas sem, necessariamente, assumir funções executivas antes do tempo.

Os números como bússola, não como guia exclusivo

Com o amadurecimento da governança, muitas empresas familiares optam por inserir executivos externos em cargos de liderança, adotando indicadores de performance como norte.

Essa é uma estratégia válida, principalmente quando há a clareza de que os resultados precisam ser perseguidos com foco, sem perder a identidade da empresa.

Mas é importante que o comando baseado apenas em números seja complementado por um olhar sistêmico e humano.

Empresas familiares têm características únicas: históriasvaloresvínculos emocionais e uma reputação construída ao longo de décadas. A gestão orientada por dados precisa considerar isso, sob risco de gerar rupturas.

Conselho consultivo em empresas familiares: o equilíbrio entre razão e emoção

O conselho consultivo atua como um elo entre a família, a gestão e os objetivos estratégicos da empresa e exerce forte influência sobre as decisões com base em experiência, análise crítica e visão de longo prazo.

Ao participar da construção do plano sucessório, o conselho ajuda a prevenir conflitos, alinhar expectativas e garantir que os critérios de escolha para lideranças estejam baseados em competência, e não apenas em laços sanguíneos.

Mais do que isso, o conselho traz à mesa vozes externas capazes de neutralizar emoções e trazer racionalidade ao processo.

Um dos maiores desafios do conselho consultivo é fazer a família empresária entender que governança não é sinônimo de burocracia.

Trata-se, na verdade, de um instrumento estratégico de blindagem da empresa frente aos riscos naturais da sucessão, oferecendo estruturaprevisibilidade e critérios objetivos para decisões críticas.

O conselho como força moderadora

Quando laços afetivos se confundem com decisões estratégicas, o crescimento da empresa pode estagnar.

Esse é um dos maiores desafios enfrentados pelas empresas familiares: equilibrar a força da tradição com a necessidade de profissionalização.

É nesse ponto que o conselho consultivo se torna indispensável — como instância neutra, experiente e estratégica, ele ajuda a mediar conflitos, preservar o legado e garantir uma sucessão empresarial bem-sucedida, sem que a emoção sobreponha a razão.

Quem lidera, afinal?

A resposta ideal não é “fundador, herdeiros ou números”. É “todos, com equilíbrio e estrutura”.

Uma liderança sólida em empresas familiares deve ser compartilhada, respeitando a história, olhando para o futuro e utilizando dados de forma inteligente.

conselho consultivo em empresas familiares atua como a engrenagem que torna essa combinação possível.

É este órgão que reduz a dependência de uma única figura, amplia o debate, prepara sucessores e sustenta decisões complexas com base em argumentos técnicos e estratégicos.

Quando o improviso dá lugar ao planejamento

Em minha atuação como conselheiro tenho acompanhado de perto empresas que conseguiram transformar o medo da sucessão em oportunidade de crescimento.

E o ponto comum entre esses negócios é a estruturação de um conselho consultivo ativo, comprometido e respeitado por todos os envolvidos.

A empresa familiar que deseja chegar aos 100 anos precisa enxergar a sucessão não como um tabu, mas como um dos maiores desafios e oportunidades do seu ciclo de vida.

Preparar-se para o futuro com estratégia e consciência

Quem lidera a empresa familiar deve ser definido por critérios objetivos, alinhados à cultura da organização e sustentados por uma estrutura de governança.

O conselho consultivo, nesse contexto, é o caminho mais eficiente para garantir uma transição equilibrada, preservar o legado e posicionar a empresa para os desafios do futuro.

Se você ainda não estruturou um plano sucessório ou um conselho consultivo, talvez este seja o momento ideal para iniciar esse movimento.

O futuro não avisa quando chega. Mas é possível estar preparado para recebê-lo.


 

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A MORCONE é um Advisor especializado em empresas familiares brasileiras, implantando a Profissionalização da gestão, fortalecendo a Perenidade da empresa familiar brasileira e, de forma estruturada, preparando a empresa familiar brasileira para a Sucessão pela próxima geração, ou seja, que a geração que for assumir, esteja super preparada para só construir valor e ser mais geradora de caixa que a geração que passou o bastão. A Profissionalização, Perenidade e Sucessão só acontece com uma Governança forte e robusta sustentando tudo isto, e em Governança Corporativa somos especialistas.

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