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O preço da longevidade: por que algumas empresas vivem tanto?

Descubra os pilares da longevidade empresarial e o papel do conselho consultivo na construção de negócios duradouros.

Em um país onde 89% das empresas não ultrapassam cinco anos de vida, segundo levantamento da BigDataCorp divulgado pela CNN Brasil, falar em longevidade empresarial é falar de exceção.

Em 2023, o Brasil registrou saldo positivo de 2,1 milhões de novos negócios, mas a maioria fecha as portas antes mesmo de amadurecer.

Nesse cenário, histórias como a da Gerdau, que ultrapassa cinco gerações, desafiam as estatísticas. Mais do que um caso de sucesso, representam um manual vivo de gestão e governança.

Durante o 26º Congresso do IBGC, o empresário Jorge Gerdau Johannpeter, com 88 anos e o mesmo vigor de quem ainda dirige o próprio destino, compartilhou seis princípios que considera decisivos para que uma organização, e seus líderes, resistam ao tempo.

Não se trata de teoria: é a voz de quem conduziu a Gerdau de um negócio familiar gaúcho à maior produtora de aço do Brasil e uma das maiores do mundo.

Com ampla experiência no ambiente corporativo, atuando como Advisor à frente da MORCONE, tenho auxiliado e orientado empresas, especialmente empresas familiares brasileiras a se estruturarem para chegar aos 100 anos.

Neste artigo, reflito sobre as lições deixadas pelo empresário José Gerdau a empresas que desejam alcançar a longevidade empresarial, com saúde no mercado.

1. Propósito: o norte que une gerações

“A primeira chave de sucesso é o propósito. Se eu não fizer isso, deixo uma equipe solta.” Jorge Gerdau

Toda empresa que deseja durar precisa de um porquê que sobreviva aos ciclos de mercado, aos produtos e até às pessoas.

O propósito, segundo Gerdau, é a “macro concepção” que dá direção à equipe e coerência às decisões.

É ele que conecta o ontem, o hoje e o amanhã, e que permite que sucessores mantenham a essência, mesmo inovando.

Sem propósito, há apenas operação; com propósito, há identidade e legado.

2. “Business is people”: a força que sustenta o tempo

“Não devem ser valores em um quadro pendurado, mas práticas de todos os dias.” Jorge Gerdau

A longevidade de uma empresa é, antes de tudo, a longevidade de suas pessoas.

Gerdau recordou que a essência do negócio não está apenas nas máquinas ou no aço, mas na gestão de pessoas.

“Business is people”, repete, e essa visão explica por que a Gerdau atravessou gerações com vitalidade.

Nas empresas familiares, esse é um ponto crucial: os valores fundadores precisam ser vividos, não apenas lembrados.

Uma cultura forte é aquela que se renova sem perder coerência e isso exige líderes que escutam, reconhecem e inspiram.

3. Governança corporativa: o alicerce invisível da longevidade empresarial

“O sucesso ou não sucesso é sobre a estrutura humana. Ela é decisiva.” Jorge Gerdau

Quando a Gerdau estruturou seu conselho de administração formalmente eleito por assembleia, começou uma nova era.

Para Gerdau, a profissionalização da governança é o divisor de águas entre a sobrevivência e a perpetuação.

Empresas que confundem gestão com propriedade, ou conselho com operação, cedo ou tarde colidem com seus próprios limites.

A longevidade depende de mecanismos de decisão estruturados, conselheiros qualificados e sucessão planejada.

Como conselheiro e à frente da Morcone há mais de 30 anos, sempre gosto de frisar, com base em minha experiência, principalmente com empresas familiares, que governança não é burocracia, é inteligência organizacional aplicada à continuidade.

4. Domínio do core business: o saber que garante relevância

“Toda atividade da empresa é importante. Mas é necessário core business.” Jorge Gerdau

Em um mundo movido por buzzwords e tendências passageiras, Gerdau resgata o óbvio que muitos esquecem: saber o que se faz.

A longevidade nasce de um conhecimento profundo do próprio negócio, de seu mercado, de suas pessoas e de suas operações.

Inovar, sim. Mas inovar com base em domínio técnico e propósito claro.

Negócios que se dispersam perdem foco; e sem foco, perdem perenidade. A atualização contínua é o antídoto contra a obsolescência.

5. O sucesso vem do diálogo — e do amor pelo cliente

“Aprenda a dialogar com tudo e com todos. Eu tenho que trabalhar com profundo amor aos clientes.” Jorge Gerdau

Para Gerdau, o diálogo é o elo invisível que mantém viva a organização. Ele não se refere apenas a conversas internas, mas à capacidade de ouvir o mercado, os colaboradores, os conselheiros e os clientes.

Empresas longevas são as que entendem que respeito e escuta ativa são ativos estratégicos.

O diálogo gera aprendizado, engajamento e inovação, pilares de qualquer futuro sustentável.

6. Vida longa — empresarial e pessoal

“Quando eu faço aniversário, estabeleço que daqui 10 anos quero continuar fazendo tudo que faço hoje. Com a mesma energia, com o mesmo entusiasmo.” Jorge Gerdau

A longevidade empresarial começa pela longevidade do próprio líder. A vitalidade de Gerdau aos 88 anos é reflexo de uma mentalidade que não se acomoda nem se entrega ao tempo.

Empresas que cultivam esse espírito, de curiosidade, entusiasmo e propósito contínuo, mantêm-se jovens, ainda que centenárias.

Mas é claro que sua disposição também está ligada ao cuidado com a saúde física e emocional e fica o alerta aos gestores de que, sem saúde, é impossível fazer uma boa gestão, ainda mais, com o intuito de alcançar a longevidade no mercado.

No fim, a lição é simples e poderosa: envelhecer não é perder vigor, é ganhar visão.

Liderar para durar

Os seis princípios de Jorge Gerdau resumem uma filosofia de liderança que se confunde com o DNA das empresas que atravessam gerações:

Propósito claro, pessoas no centro, governança sólida, domínio técnico, diálogo constante e energia vital.

Em um país onde a maioria dos negócios fecha as portas antes do quinto aniversário, essas ideias são um chamado à maturidade empresarial. Longevidade é consequência de estrutura, coerência e visão.

Não se trata de durar por inércia, mas de evoluir com propósito.

Importância do conselho consultivo para a sua empresa ir mais longe

As reflexões de Jorge Gerdau dialogam diretamente com o papel estratégico dos conselhos consultivos, especialmente em empresas familiares e em crescimento.

Assim como o conselho formal citado por ele, o consultivo atua como bússola de longo prazo, ajudando líderes a enxergar além da operação e a tomar decisões com base em governança, propósito e competência.

Um conselho consultivo bem estruturado traz visão externa, diversidade de experiências e equilíbrio nas decisões, contribuindo para que a empresa mantenha coerência entre tradição e inovação.

Em um cenário em que a maioria das empresas brasileiras não ultrapassa cinco anos de vida, ter um conselho ativo, participativo e estratégico é, mais do que um diferencial, é um fator determinante para a longevidade empresarial.


 

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