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A empresa cresceu, mas a gestão continua informal. Até quando?

A gestão informal pode limitar seu negócio. Saiba como o conselho consultivo contribui para uma governança mais estratégica.

É comum ver empresas familiares que, com muito esforço e espírito empreendedor, conquistaram mercado e escalaram sua receita nos últimos anos.

Mas, enquanto os números sobem, a estrutura interna permanece a mesma: decisões concentradas em uma ou duas pessoasausência de processos clarospouca previsibilidade e nenhuma formalização na governança.

Essa informalidade, muitas vezes sustentada por vínculos de confiança entre familiares, começa a se tornar um risco silencioso à medida que o negócio cresce.

Mais do que ineficiência, ela se transforma em um gargalo para a escalabilidade e longevidade do negócio.

Com ampla experiência no ambiente corporativo, atuando como Advisor à frente da MORCONE, tenho auxiliado e orientado empresas, especialmente empresas familiares brasileiras a se estruturarem para chegar aos 100 anos.

Neste artigo, trago um alerta necessário: crescer com uma gestão informal é acumular riscos invisíveis que, mais cedo ou mais tarde, vão emergir.

Vamos entender como a ausência de governança em empresas familiares limita seu potencial e de que forma o conselho consultivo pode ser o ponto de virada entre a intuição e a estratégia.

Cresceu, mas não evoluiu: o risco da gestão informal

Negócios familiares bem-sucedidos nem sempre crescem acompanhados de uma estrutura de gestão sólida.

Essa desconexão entre faturamento e governança é mais comum do que parece.

Segundo artigo publicado pela Fundação Dom Cabral, a profissionalização da gestão é o fator mais determinante para a longevidade de empresas familiares.

Mas o que vemos no campo prático é o contrário: mesmo empresas com décadas de atuação ainda operam com base em decisões centralizadas e sem rituais de gestão formalizados.

Esse modelo, que funcionou durante a fase inicial, se torna um entrave quando a empresa precisa ganhar escala, diversificar canais, atrair investidores ou até se preparar para uma transição de liderança.

Na prática, isso significa:

  • Tomadas de decisão baseadas apenas em experiência pessoal, sem dados estruturados;
  • Falta de critérios para avaliar o desempenho da gestão;
  • Ausência de planejamento de longo prazo;
  • Dificuldade de atrair talentos externos ou reter executivos.

Ou seja: o negócio cresce, mas a base que o sustenta continua vulnerável.

A informalidade custa caro, e você talvez nem perceba

É fácil subestimar os custos da gestão informal porque seus impactos não são sempre imediatos. Mas, com o tempo, eles aparecem em diferentes frentes:

  • Financeira: decisões impulsivas, falta de previsibilidade e desorganização de caixa;
  • Operacional: acúmulo de responsabilidades em poucas pessoas, ausência de processos padronizados;
  • Estratégica: falta de direcionamento, perda de oportunidades de inovação e expansão.

Como reforçado pelo artigo do Legado & Família, a ausência de governança em empresas familiares gera insegurança interna e dificulta o crescimento sustentável, inclusive entre diferentes gerações.

A pergunta que cabe aqui é: o que ainda está sendo feito de forma informal na sua empresa que deveria ser estruturado com critérios e metas claras?

Conselho consultivo: profissionalização sem perder essência

Ao contrário do que muitos empresários pensam, adotar um modelo de governança com conselho consultivo não significa perder a essência familiar do negócio.

Na verdade, ele existe justamente para proteger essa essência, mas com responsabilidade, visão de longo prazo e clareza nas decisões.

conselho consultivo atua como uma ponte entre a gestão atual e os desafios futuros, ajudando a empresa a amadurecer sua visão, sem abrir mão de sua identidade.

Em empresas familiares, o conselho consultivo é ainda mais valioso por proporcionar:

  • Visão externa e experiente, sem os vícios da rotina;
  • Análise técnica e estratégica dos indicadores de desempenho;
  • Mediação de conflitos familiares, quando necessário;
  • Mentoria para as novas gerações, preparando-as para cargos de liderança.

Com uma atuação consistente, o conselho ajuda a transformar a gestão da empresa de intuitiva para analítica, e isso é o que garante solidez nos momentos de instabilidade.

O ponto de virada entre gestão reativa e estratégia estruturada

É comum vermos empresas familiares tomando decisões apenas quando um problema aparece: uma perda inesperada de cliente, uma dificuldade de caixa ou a saída de um colaborador-chave.

Esse modelo reativo, sem estrutura para antever e planejar, coloca a empresa sempre um passo atrás dos seus desafios.

O conselho consultivo entra como um instrumento de mudança desse ciclo.

Com a visão estratégica de conselheiros experientes, é possível estabelecer rituais de governança, discutir indicadores, revisar planos de crescimento e criar um ambiente mais transparente e organizado.

Como aponta o IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa), empresas que investem em governança ganham mais capacidade de adaptação, acesso a crédito e atração de talentos, principalmente em mercados cada vez mais complexos.

Não é custo, é preparação para o futuro

Implantar um conselho consultivo é um passo que exige maturidade, mas seus resultados são tangíveis.

Conselheiros experientes trazem métodos que ajudam a tornar decisões menos pessoais e mais orientadas por dados.

Além disso, promovem accountability na liderança, ajudam a estruturar sucessões de forma saudável e oferecem suporte em momentos decisivos, como fusõesexpansão geográfica ou mudança de modelo de negócio.

O conselho consultivo pode contribuir diretamente para estruturar o crescimento e consolidar os ganhos da empresa.

Por onde começar?

Mesmo que a empresa ainda não tenha estrutura para um conselho consultivo completo, é possível dar os primeiros passos:

  • Mapeie os gargalos de gestão mais críticos;
  • Convide especialistas pontualmente para diagnósticos;
  • Formalize reuniões mensais de análise estratégica, com base em dados e metas;
  • Comece pequeno, mas com disciplina: um conselho consultivo pode começar com dois ou três membros e ir ganhando robustez com o tempo.

O importante é romper o ciclo da informalidade antes que ele comprometa a continuidade do negócio.

A hora de agir é agora

A informalidade na gestão não é apenas um traço cultural das empresas familiares brasileiras, é uma ameaça que se agrava à medida que o negócio cresce.

Ignorar a necessidade de estrutura e profissionalização é manter a empresa vulnerável a decisões equivocadas, conflitos internos e dificuldades de expansão.

Implantar um conselho consultivo em empresas familiares é uma forma estratégica de amadurecer a gestão sem perder a identidade do negócio.

É preparar o terreno para o futuro, com solidez, transparência e inteligência.

Tenho acompanhado de perto esse processo de transição em empresas que entenderam: não se constrói uma história centenária com decisões improvisadas.


 

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