Vivemos em um cenário regido por mudanças rápidas e por constantes desafios ligados a novas tecnologias, economia, regulamentações, que demanda das empresas cada vez mais eficiência e novas estratégias.
Preocupações quanto ao compliance e boas práticas de governança têm crescido entre as empresas. A pesquisa Integridade Corporativa no Brasil: evolução do compliance e das boas práticas empresariais do Brasil, de 2022, mostrava que 73% das empresas participantes estavam priorizando a adequação à conformidade legal.
Frequentemente a governança corporativa é enxergada como um “protocolo” indispensável a grandes organizações. No entanto, ela é um guia de sucesso para todas as empresas, inclusive, para pequenas e médias empresas (PMEs) e empresas familiares, garantindo o dinamismo para que consigam enfrentar os desafios e alcançar a longevidade.
Com ampla experiência no ambiente corporativo, atuando como advisor à frente da MORCONE, ajudando, inclusive pequenas e médias empresas (PMEs) e empresas familiares, abordo sobre o que é a governança corporativa sob uma perspectiva que muitos empresários talvez ainda não compreendam.
O que é a Governança Corporativa? Além da padronização da gestão
Recentemente, Farias Souza, CEO da Board Academy, responsável por formar novos profissionais para os conselhos de empresas brasileiras, realizou uma publicação que trazia a importante reflexão:
Governança é Rodovia e Não Estacionamento!
E completou que enquanto um estacionamento simboliza estagnação, uma rodovia é sinônimo de movimento e evolução.
E essa percepção coloca por terra aquilo que muitos empresários acreditam que se limita à governança corporativa: conjunto de práticas necessárias como a transparência, responsabilidade corporativa, prestação de contas e que coloca a empresa dentro das quatro linhas da conformidade. Acrescento que operar dentro das quatro linhas é o que dará a segurança para que a empresa possa expandir sem limites!
Essa rodovia a qual Farias se refere deve ser pavimentada, sinalizada e iluminada, especialmente para as empresas familiares brasileiras.
Para vivenciar o que é a governança corporativa, Farias acredita que, além das práticas que a compõem, a governança dinâmica proporciona às empresas:
Movimento Contínuo – a governança necessita ser ágil, ainda mais em um cenário de constantes mudanças e da necessidade de acompanhá-las prontamente;
Direção Estratégica – a governança sólida é aquela que orienta claramente, o que se relaciona com o alinhamento de responsabilidades definidas de maneira que todas as esferas da empresa possam seguir a mesma direção;
Resiliência – Desafios sempre irão surgir, sendo assim, Farias também ressalta que a boa governança se adapta em períodos de crises e de quaisquer imprevistos.
Entender o que é a governança corporativa em toda a sua amplitude levará as PMEs e empresas familiares muito mais longe no mercado. Ela promove:
Eficiência – a governança corporativa ajuda na organização de processos internos, sendo fundamental para o aumento da eficiência operacional, ajudando os gestores em grande parte dos casos, a enxergar possíveis gargalos na gestão que possam estar impedindo a empresa de se desenvolver melhor e expandir;
Confiança e Credibilidade – a adoção de boas práticas promove a transparência, que por sua vez, impacta em melhor credibilidade da empresa no mercado e valorização de sua reputação, um dos ativos mais valiosos que possui;
Sucessão de forma segura – a governança também promove a transição entre gerações de maneira mais suave, prevenindo conflitos internos, promovendo a continuidade do legado familiar;
Atrai investidores – Por transmitir confiança e segurança, a governança também atrai investidores e viabiliza parcerias duradouras.
Empresas brasileiras que atravessam gerações graças a uma governança dinâmica
Já escrevi sobre inúmeros casos de empresas brasileiras que são referência de longevidade e estão há anos no mercado como é o caso do Grupo Jacto, Baterias Moura (Grupo Moura), Magazine Luiza, Oilema, entre outras.
Outro bom exemplo de empresa brasileira de sucesso é a Drogaria Araújo, a maior rede de drogarias de Minas Gerais. A empresa tem 118 anos no mercado, e o que chama a atenção nesse negócio é o seu posicionamento de vanguarda quando o assunto é inovação.
A Drogaria Araújo lançou o primeiro telemarketing do Brasil em 1963 e foi pioneira no modelo de implementação de drugstore, assim como de serviços drive-thru, e-commerce e marketplace.
Atualmente a empresa familiar está sendo administrada pela terceira e quarta geração, e o segredo da longevidade está em uma governança corporativa eficiente que continuamente aponta os melhores caminhos quanto aos processos de negócios, direciona acerca da conformidade com as regulamentações e sempre a coloca na vanguarda em seu segmento de atuação.
Governança Corporativa – O caminho para o futuro
Para compreender o que é a governança corporativa de fato, é preciso se livrar da ideia de que se trata de um conjunto de regras rígidas. A governança corporativa é muito mais do que um protocolo, é um instrumento dinâmico capaz de fortalecer o negócio, garantindo sua longevidade no mercado.
E não se pode falar em governança sólida e eficiente, sem tratar sobre aqueles que são responsáveis por viabilizar que as melhores práticas sejam vivenciadas: os conselheiros.
Na maioria dos casos, especialmente entre PMEs e empresas familiares que desejam ingressar no caminho da profissionalização da gestão, o conselho consultivo é a melhor alternativa antes da implementação do conselho de administração.
Os conselheiros ajudarão a empresa a desenvolver a visão de longo prazo, fundamental para alcançar a longevidade; ajudarão no desenvolvimento das potencialidades das lideranças; possibilitam novas oportunidades por meio de sua ampla rede de contatos e ajuda o negócio a se manter no foco quanto à responsabilidade, transparência e ética em quaisquer situações.
Uma vez que a governança corporativa é implementada, esse é só o começo de um caminho de conquistas e longevidade.
Você como empresário, tem uma escolha a fazer:
Deixar a gestão da sua empresa como está e pode ser que de um panorama geral, haja estabilidade e o negócio esteja operando de maneira equilibrada no mercado, sem grandes alardes;
Ou você pode colocar o futuro e o legado no lugar das principais prioridades da sua empresa e decidir pela implementação do conselho consultivo para te direcionar nesse caminho.
Entre o que é bom e excelente há uma grande diferença e as maiores empresas do mundo optaram pelo caminho não habitual.
Se alguém disser que a governança corporativa é bobagem, pense no corpo humano que sem a devida saúde está fadado à morte prematura. A governança é a saúde da organização, do corpo vivo que é o negócio, é o que dá energia para que consiga desbravar e conquistar muito mais do que poderia se continuasse no caminho habitual.
Existem dois caminhos. Pense bem e escolha com a mente no futuro. Reflita e pense que o amanhã não depende de como solucionar gargalos para continuar operando hoje. Sacrifique o obsoleto por aquilo que é grandioso e eterno. Foque no legado e faça da governança a sua rodovia para isso.
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