A pandemia trouxe um senso de urgência, além da busca pela cura. Diversos segmentos de mercado passaram a se preocupar em como se manter diante de um colapso global.
A aceleração da transformação digital obrigou inúmeras organizações a se reinventarem para não saírem do mercado e conseguir transpor a adversidade que invadiu a saúde pública e a economia, trazendo medos e incertezas.
Há três anos não poderíamos imaginar essa realidade frenética atual, sobretudo, na área profissional. Modelos de trabalho híbrido desafiam muitos profissionais a uma nova rotina e as novidades convergem para uma reflexão importante: como as gerações têm impactado no mercado de trabalho e como a geração z e millennials trazem uma nova perspectiva sobre a relação empresas e profissionais?
Atuando há mais de 36 anos no mercado corporativo e como especialista atendendo empresas de inúmeros segmentos, sou desafiado dia após dia a analisar as tendências profissionais no mercado de trabalho.
Vamos juntos a uma reflexão importante sobre o impacto das gerações na construção de um ambiente profissional mais dinâmico e plural?
Entendendo sobre o perfil profissional de cada geração
Se você ainda tinha alguma dúvida quanto às gerações no mercado de trabalho, basicamente, entenda sobre essas quatro categorias:
- Baby Boomer (nascidos entre 1940 e 1960) – O perfil desses profissionais costuma ser mais conservador e preferem ser reconhecidos por sua experiência, prezando pela estabilidade no trabalho;
- Geração X (nascidos entre 1960 e 1980) – São pessoas precursoras dos recursos tecnológicos e geralmente esse perfil profissional apresenta maior insegurança em perder o emprego, mas já começa a se adaptar a novos modelos de trabalho;
- Geração Y (nascidos entre 1980 e 2000) – São profissionais que presenciaram os maiores avanços tecnológicos e quebras de paradigmas no mercado de trabalho. Geralmente são pessoas mais flexíveis, menos tradicionais e com maiores objetivos profissionais;
- Geração Z (nascidos a partir dos anos 1990) – São profissionais que começam a entrar no mercado de trabalho com comportamentos mais individualistas. Já nasceram no boom tecnológico e estão acostumados a realizarem tudo de forma virtual e interativa.
Impactos da Geração Z e Milennials em uma nova compreensão do trabalho
O que a geração Z quer no mercado de trabalho? Esses profissionais desejam diversidade, inclusão, atitudes positivas e experiências inovadoras, é o que aponta estudo realizado pelo Twitter, por meio de dados de conversa, questionários e relatórios da plataforma.
Foi mostrado que 55% do público confia em grandes marcas que se posicionam frente a pautas sociais em alta e 85% acredita que as empresas devem tomar atitudes positivas em prol da sociedade.
O Millennials são representados pela geração Y e são pessoas que estão na faixa entre 26 e 40 anos, que cresceram no início de uma crise financeira global e em meio a uma grande aceleração da tecnologia digital.
O termo millennials foi tratado pela primeira vez pelos autores norte-americanos, William Strauss e Neil Howe em 1991.
Essa é uma geração regida pelo imediatismo e costumam ter muito mais desejo por cargos de liderança, dentre as principais características presentes nos profissionais millennials, estão:
- São multidisciplinares;
- Desejam ocupar cargos de alta posição;
- Têm grande capacidade para criar e inovar;
- Procuram por trabalhos que não sejam monótonos;
- Desejam benefícios que estão além de salários ao ingressarem em uma empresa.
É uma geração de pessoas que preza pela eficiência de produtos e serviços e que está sempre ligada ao que está acontecendo nas redes sociais.
Outras características se fazem presentes nesse perfil geracional: geralmente demoram mais para sair da casa dos pais; colocam a carreira à frente da construção da família e tendem a valorizar mais a qualidade de vida.
A pesquisa global “Millennials & Gen Z 2022” realizada entre novembro de 2021 e janeiro de 2022, ouviu 14.808 pessoas da Geração Z e 8.412 Millennials em 46 países, para entender o que essas gerações pensam sobre o trabalho e o mundo ao seu redor.
No tópico sobre trabalho, o salário foi mostrado como a principal razão entre as duas gerações para deixarem os seus empregos: Geração Z (22%) e Millennials (27%).
E dentre as principais razões que os levaram a escolher os seus empregos, estava o bom equilíbrio trabalho/vida: Geração Z (32%) e Millennials (39%). Oportunidades de aprendizado e desenvolvimento também estavam no topo das prioridades: ambas as gerações (29%).
Como as empresas reagem a esse conflito de gerações?
É importante destacar que embora exista uma classificação quanto a cada geração, as pessoas são plurais e podem trocar experiências e aprendizados umas com as outras. Em empresas familiares, por exemplo, esse “conflito” entre gerações é muito comum, ainda mais em casos de planejamento sucessório em que o atual presidente tende a resistir às ideias da nova geração com o objetivo de acompanhar as mudanças no mercado.
O ambiente de trabalho tem se tornado cada vez mais desafiador e acredito que pode despertar novos aprendizados e posturas por parte dos profissionais, geração Z, millennials, geração X e baby boomer.
Esse conflito precisa ser acolhido nas empresas e, para isso, é necessário um olhar menos julgador e mais compreensivo sobre cada contexto por trás dos diferentes perfis profissionais.
Há muito a se aprender com os millennials sobre o imediatismo e a constante evolução digital, mas eles também podem aprender muito com a geração X sobre ter mais cautela, com a Z sobre uma maior flexibilidade diante das novidades ou com a baby boomer sobre como as tradições são importantes para percorrer novos rumos.
Em minha atuação como conselheiro, como CEO e também como consultor/mentor, encontro diferentes perfis profissionais de gerações diferentes assumindo a gestão das empresas, mas em comum esses profissionais têm o desejo de mudar as coisas para melhor, mesmo que em um primeiro momento existam resistências (seja diante de um pensamento mais clássico ou mais contemporâneo).
Acredito que a questão comportamental que se leva em conta na avaliação de cada perfil geracional é flexível a circunstâncias e contextos. O diálogo entre gerações é o mais importante e enriquecedor para o crescimento das organizações. Não se trata de uma questão binária Novo X Antigo, mas de como as gerações evoluem através dos anos e como o ambiente organizacional pode se beneficiar dessa troca de experiências.
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