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Compreenda a ligação entre Governança Corporativa e Relações Internacionais

Há diferentes sistemas de Governança Corporativa (GC) no mundo, com exemplo dos países: Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e Japão. Conforme aponta estudo publicado no IBCG (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa).

Com ampla experiência no mercado corporativo em mais de 35 anos e desde 2015 à frente da MORCONE Consultoria Empresarial, que atua fortemente, inclusive, na implementação de GC nas organizações, hoje trago um importante artigo sobre a ligação entre governança corporativa e relações internacionais.

Para falar um pouco sobre esse assunto, vou partir de uma explicação sobre os diferentes sistemas de governança corporativa nos países: Estados Unidos, Japão e Alemanha.

É preciso entender que a GC é uma necessidade global no mundo corporativo e é o principal fio condutor do crescimento econômico das empresas.

Para expandirem no mercado, empresas necessitam constantemente captar recursos e acionistas e investidores precisam ser igualmente contemplados no processo. No geral, os sistemas de governança corporativa procuram se aproximar do modelo americano.

Os modelos de governança corporativa existentes são originados de acordo com as leis que regem os diferentes mercados e segundo a trajetória do desenvolvimento do setor corporativo de cada país.

GC no mundo – compreenda as diferenças

Vale ressaltar que vou pontuar a seguir as principais diferenças de uma maneira bem resumida para que consiga entender a ligação entre governança corporativa e relações internacionais.

Modelo Americano

O foco do modelo americano está em alinhar os interesses da administração com os dos acionistas. Isso explica porque as ações nos Estados Unidos têm um maior valor, quando comparadas aos outros mercados.

O modelo americano se baseia no mecanismo de aquisição hostil. Se a administração do negócio não agir de maneira a valorizar o valor das ações, ocorre uma queda, sendo assim, investidores externos são atraídos para assumir o controle acionário, por meio do mercado de capitais.

Havia elevada dispersão acionária nos Estados Unidos. Exemplo: 5% das empresas americanas possuem um acionista com mais de 50% das ações.

Essa dispersão era resultado dos gestores das organizações não conseguirem administrar o negócio e todas as suas complexidades, até mesmo porque, uma única pessoa não consegue ter uma visão tão ampla sobre todas as áreas que compõem a empresa.

Foi para resolver este problema que foram delegadas responsabilidades administrativas a profissionais contratados. Havia um distanciamento entre acionistas e diretores e isso foi provocando, ao longo do tempo, muitos escândalos em grandes empresas.

Em 2002 foi criada a lei Sarbanes-Oxley, a fim de restabelecer a confiança do investidor. Essa ação foi importante para aumentar a responsabilidade dos administradores e reformular as práticas contábeis corporativas. Essa lei não representa a GC de uma maneira geral, mas foi um caminho importante para o aumento da responsabilidade sobre os altos executivos com a possibilidade de penas por possíveis violações.

Modelo Japonês

Já o modelo de GC do Japão tem características particulares, como é o caso da existência do keiretsu, que são as empresas (financeiras ou não), agrupadas segundo os seus interesses em comum, formados a partir da compra de ações, dos negócios e empréstimos.

Esse agrupamento de empresas apresenta uma característica importante: concentração acionária cruzada. Cada empresa possui uma participação acionária de todas as empresas do grupo.

No keiretsu bancário, o acionista principal é o banco, já no keiretsu não bancário, o acionista principal é uma outra empresa.

Esse modelo no Japão impossibilitava que investidores externos tivessem controle dentro do keiretsu por meio de uma simples compra de títulos no mercado de ações.

Esse modelo no Japão faz com que os acionistas tenham quase nenhum poder e o conselho de administração geralmente é composto por pessoas que pertencem ao quadro da empresa.

Diferente do modelo americano, que confere maior independência ao conselho de administração, no Japão, 95% das empresas, possui no máximo dois conselheiros que não pertencem aos quadros da empresa.

A transparência era um dos principais obstáculos no modelo japonês, com uma forte intervenção governamental que prejudica o sistema corporativo como um todo. Atualmente o modelo está em estágio mais avançado, com condições mais favoráveis, mas ainda assim, reverbera falhas.

Modelo Alemão

O modelo alemão de governança corporativa em muito se assemelha ao modelo japonês e isso se deve ao fato de que na Segunda Guerra Mundial, tanto o Japão quanto a Alemanha, tiveram que recomeçar do zero, sendo assim, os dois países se tornaram exemplos de sucesso e eficácia na captação de investimento a longo prazo.

No modelo alemão, os bancos são portadores da maioria das ações da empresa, os acionistas compram e as entregam às instituições financeiras, cujo direito é exercido de acordo com a participação acionária, constituindo-se em um agente fiduciário.

No sistema alemão costuma ocorrer muitos problemas na captação de recursos para competir no mercado internacional. Os investidores veem nesse modelo más práticas de governança, que restringem os seus direitos.

Governança Corporativa e Relações Internacionais

Empresas que têm o desejo de manter relações comerciais com países do exterior precisam estar muito atentas quanto à comunicação com esses países e estreitamento de relações.

Quando falta relacionamento internacional, a tendência é que as empresas se isolem em um confinamento dentro do “mercado doméstico”. Isso não é sinônimo de falta de sucesso, mas limita a empresa no campo de atuação.

A GC gera importantes impactos quando as empresas desejam manter relações internacionais, porque demonstra que o negócio está pronto para expandir, até mesmo para uma nova realidade e cultura.

A governança corporativa e relações internacionais têm forte ligação, e muitas empresas com desejo de expansão têm se preocupado em se adequar, em ter um corpo diretivo altamente capaz, sócios, conselho de administração, ou seja, em contar com uma estrutura que permita a sua atuação no mercado exterior.

Organizações que desejam competir precisam repensar as suas práticas de GC.

 

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Veja também:

Importante relação da Governança Corporativa e Compliance

Lidando com as finanças corporativas e controladoria da melhor maneira

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