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Pesquisa mostra que 43% das pequenas indústrias no Brasil têm capital de giro insuficiente

Pesquisa encomendada pelo Sindicato da Micro e Pequena Indústria de São Paulo (Simpi) e ao Datafolha, mostrou que em setembro deste ano, 43% das pequenas e micro indústrias brasileiras não tinham uma boa gestão do capital de giro para manter as atividades empresariais. Uma das consequências apontadas pela análise foi a de que, uma em cada quatro empresas tinha contas em atraso.

Já outra pesquisa realizada pela Nuvemshop, plataforma de e-commerce com mais de 100 mil lojas ativas, mostrou que o capital de giro e reposição de estoque são as principais razões que levam ao pedido de crédito por parte dos negócios.

Com ampla experiência no mercado corporativo e desde 2015 à frente da MORCONE Consultoria Empresarial, hoje quero falar sobre o capital de giro, responsável pela tomada de decisões de uma empresa.

Entenda a funcionalidade da boa gestão do capital de giro

Qualquer empresa que deseja manter as suas atividades precisa contar com capital de giro adequado, que nada mais é do que a parte total do investimento que fica reservada para o pagamento de custos e despesas ao longo do tempo em um negócio.

Quando uma empresa inicia as atividades, o capital de giro é calculado com base no valor necessário que é preciso ter em caixa de maneira que todas as obrigações do negócio possam ser cumpridas de acordo com o planejamento previamente definido.

Mas não apenas serve para o início da empresa e aqui gosto de frisar sobre isso porque muitos empreendedores têm essa preocupação com o capital de giro apenas no início das atividades, mas depois “afrouxam” no controle e avaliação financeira de suas atividades.

Em minha carreira como consultor é mais comum do que se possa imaginar, atender empresas que fazem a gestão “como podem”, sem prestar atenção nos mais importantes detalhes responsáveis por manter um negócio no mercado.

O capital de giro é como um “termômetro” que indica o quanto o negócio tem disponível em seu ativo de alta liquidez, ou seja, o quanto possui em bens e direitos que podem ser convertidos em dinheiro para o pagamento de obrigações de curto prazo, como: funcionários, impostos, fornecedores, entre outros.

Além disso, atua como “centro de decisões do negócio” porque indica o quanto a empresa está preparada para investimentos de curto e longo prazo.

Em tempos difíceis como ocorreu na pandemia, o capital de giro foi determinante para que empresas conseguissem passar por essa fase complexa.

Em setores específicos, com exemplo da hotelaria em cidades turísticas com maior movimento na temporada de verão, o capital de giro será importante para cobrir os gastos em períodos de menor movimento.

Diferença entre capital de giro e capital de giro circulante

Para a compreensão do que é o capital de giro circulante (CGC), existem dois conceitos importantes:

Ativo circulante – é caracterizado pelos direitos que a empresa tem, no ano fiscal corrente, como dinheiro em caixa e na conta bancária, aplicações financeiras, contas a receber e itens no estoque.

Passivo circulante – trata-se dos deveres, no ano fiscal corrente, que a empresa assumiu em pagar, ou seja, toda dívida ou obrigação que o negócio precisa pagar no seu ano fiscal, como: fornecedores, folha de pagamento, impostos, empréstimos, etc.

Sendo assim, o capital de giro está relacionado a todas as movimentações operacionais do negócio, já o capital de giro circulante se refere à diferença entre o Ativo Circulante (AC) e o Passivo Circulante (PC), ou seja, direitos e obrigações de curto prazo. Vamos ilustrar com a fórmula logo abaixo!

Na prática empresarial, este é um importante indicador que está ligado à capacidade financeira que a empresa tem de pagar as suas contas em dia: sua liquidez!

O cálculo do capital de giro não inclui ativos como aplicações financeiras ou empréstimos que foram contratados.

Porém o CGC leva em conta todas as entradas e saídas (e não apenas aquelas referentes às operações como contas a pagar e a receber).

Como controlar e manter o capital de giro saudável

Basicamente, o cálculo do capital de giro consiste em:

Capital de Giro Circulante (CGC) = Ativos Circulantes (AC) – Passivos Circulantes (PC)

No geral, o valor dessa reserva deve corresponder a até 60% do total de ativos.

Para uma boa gestão do capital de giro, vale algumas orientações.

Planejamento levado à risca

Por mais óbvio que isso pareça, muitas empresas começam sem ter clareza sobre custos, formação de preço, operação comercial, gestão de estoque, etc.

É fundamental mergulhar no conhecimento sobre o segmento do negócio e focar em manter o planejamento atualizado.

Disciplina na gestão

Faça o planejamento acontecer e tenha controle sobre o capital de giro. Siga a rota que foi traçada.

Com a gestão financeira a ordem é ter disciplina, o que garantirá uma melhor preparação para quaisquer imprevistos.

Negocie corretamente

No meio do caminho da gestão é muito importante negociar com fornecedores e clientes, mantendo o capital de giro saudável.

Negociar descontos em casos de pagamentos à vista junto a fornecedores, por exemplo, é algo que unida a outras ações, pode ser vantajoso ao negócio. Pense estrategicamente, de maneira que as duas partes saiam beneficiadas.

Revise custos

Avalie continuamente a estrutura de custos e identifique oportunidades de redução ou de corte de custos! Aqui vale a orientação de que cortar custos não pode ser algo feito sem análise, em caso de dúvidas, procure por um especialista em gestão com ampla experiência na parte contábil.

Analise capital de terceiros

Quando o negócio enfrenta dívidas com terceiros que não podem ser negociadas, uma das alternativas costuma ser procurar por instituições financeiras para conseguir capital (por meio de antecipação de recebíveis, empréstimos e linhas de crédito).

Neste momento, o alerta é prestar atenção quanto às taxas de juros dessas operações e às reais condições da empresa de conseguir arcar com a obrigação.

Foco na gestão do capital de giro

Gerir o capital de giro exige atenção, disciplina e contínuo controle, porque é este o instrumento fundamental para direcionar as decisões da empresa quanto a compras, vendas e como os recursos serão aplicados.

Se esta atividade está desordenada no seu negócio, sugiro que procure o apoio de um especialista para ajudar no processo.

 

 

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Veja também:

Comportamentos prejudiciais do empresário que podem arruinar o negócio

Conselhos práticos para equilibrar o fluxo de caixa em cenários desafiadores

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