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Compreendendo a nova fase ESG ou ESG 2.0 – O que muda entre as empresas familiares?

Com a crise de saúde global foi reforçada a urgência de que as empresas ao redor do mundo começassem a repensar sua postura no mercado, incorporando critérios ESG (Environmental, Social and Governance) às suas práticas diárias.

Embora muitas organizações ainda olhem para o ESG sob o viés de “estar de acordo com o mercado”, isso tem mudado à medida que escândalos expõem a fragilidade de organizações públicas e privadas diante da temática.

Análise presente no Relatório Especial Edelman Trust Barometer 2021: Investidores Institucionais, mostrava que:

  • 63% dos investidores compram ou defendem marcas com base em seus valores e crenças;
  • 58% escolheram um lugar para trabalhar com base em seus valores e crenças;
  • 60% investem com base em seus valores e crenças;
  • 88% dos investidores institucionais sujeitam o ESG ao mesmo escrutínio aplicado em suas análises operacionais e financeiras.

Com ampla participação no mercado corporativo, como profissional, empresário, conselheiro consultivo em empresas familiares e consultor à frente da MORCONE Consultoria Empresarial, atuando, inclusive, na implantação da governança corporativa e padrões ESG, hoje trago algumas reflexões sobre as principais demandas em empresas familiares sobre o assunto.

Há muitos anos, o tema governança corporativa e ESG são parte das minhas investigações acadêmicas e de minha atuação como conselheiro e consultor em empresas de todos os portes, com destaque para as familiares.

Não há outra maneira de pensar em uma expansão sustentável e que faça sentido aos envolvidos na organização e stakeholders, que não passe pelas boas práticas de governança e vivência do ESG.

Nova fase do ESG ou ESG 2.0 – Reflexões sobre o tema

Um dos grandes desafios no cenário corporativo é repensar a utilização das soluções tecnológicas sob o viés ético por meio da necessidade de proteção de dados sensíveis e o cumprimento da regulamentação ESG, considerando as questões ambientais, sociais e de governança.

Atualmente tem se falado sobre a nova fase ESG ou ESG 2.0, que aponta uma nova geração de empreendedores e executivos, que têm valorizado cada vez mais os conceitos em torno da diversidade e sustentabilidade.

O ESG é fator imprescindível que reacende a competitividade das organizações no mercado e a chegada de novas gerações de herdeiros à frente desses negócios tem acelerado a transição para a nova fase ESG.

O padrão ESG definitivamente deixou de ser assunto de destaque apenas nos relatórios corporativos para estar entre os assuntos mais comentados em diversos meios de comunicação.

Primeiro tivemos um momento de euforia quanto ao assunto, mas agora o que estamos vivenciando é uma “nova fase”, quando as organizações já entendem sobre o tema e passam a encarar os desafios quanto a ser de fato ESG, sem “parecer ser”, mas incorporando em sua cultura essa realidade.

Passada a fase “educacional” por parte das empresas, estamos no momento de conceituar estrategicamente e estruturar essa pauta na vivência da organização, ou seja, preparar os comitês para discutir a incorporação da pauta ESG em todos os processos, objetivos de curto e longo prazo, estratégias de crescimento, etc.

Agora é o momento das organizações reavaliarem seu posicionamento sobre o tema e amadurecerem quanto a essa vivência.

Ainda estamos em uma fase em que é necessário um aprimoramento por parte do setor legislativo sobre como guiar as práticas ESG, como é o caso do sistema de classificações construído pela União Europeia e normas desenvolvidas.

Atualmente, o Brasil não possui nenhuma legislação específica para a qual as organizações, de um modo geral, possam se adequar. Isso muda um pouco quando se parte para o mercado de capitais, ambiente para o qual as instituições são submetidas, como é o caso do formulário anual de referência da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

O CVM, a partir deste ano, terá mais pontos em seu formulário de referência que exigirá a divulgação de práticas que estejam sendo desenvolvidas, conferindo aos investidores uma visão ampla das organizações.

Embora ainda vejamos imaturidade quanto às práticas ESG, atualmente é impossível um diálogo entre as organizações e seus stakeholders que esteja desvinculado do assunto, de forma direta ou indireta.

Desafios do ESG, principalmente no caso de empresas familiares

A governança corporativa é essencial para que empresas familiares se tornem mais sustentáveis e a agenda ESG precisa estar alinhada à espinha dorsal das organizações.

Segundo a Pesquisa Global “NextGen 2022 – Competência e ousadia para liderar em tempos incertos” ―, realizada pela PwC, foi mostrado que há um objetivo em comum entre as novas gerações a fim de impulsionar o crescimento para garantir a escalabilidade dos negócios.

O estudo evidencia que a empresa familiar saudável precisa crescer 10% a cada dois ou três anos de forma orgânica para manter o patrimônio da família com constância, à medida que as gerações se expandem.

O sócio e líder de Serviços para Empresas Familiares da PwC, Carlos Mendonça, afirma que a pandemia acelerou mudanças e a transição de poder nas empresas familiares e:

“O desejo da futura geração de líderes de aprender novas competências para impulsionar o crescimento dos negócios em tempos tão incertos e o compromisso dela com a construção da confiança, algo que é uma marca registrada dessas empresas.”

Quando se fala em nova fase ESG sob a perspectiva das empresas familiares é fundamental que se repense sobre a liderança de maneira que seja socialmente responsável, como: a criação de oportunidades de emprego, contribuição para a comunidade e sociedade de um modo geral, além de pensar na geração de valor de longo prazo tanto para a família quanto para o negócio.

O papel do conselheiro neste cenário é o de trazer os gestores para o foco central do propósito ESG

Parafraseando a frase de Sonia Consiglio “ESG não é uma varinha mágica que transforma tudo em ouro”, é um movimento em constante transformação, que acompanha a evolução do mundo e do mercado e que precisa começar pela cultura das empresas.

Enquanto por muitas décadas, as empresas queriam mensurar ações sustentáveis como uma maneira de parecerem “verdes”, hoje quem deseja saber sobre como as empresas estão se comportando e sua postura frente a questões ESG são os stakeholders.

Tenho visto mais engajamento quanto à temática por parte das empresas familiares, até por uma questão de conseguirem maior destaque frente às empresas não familiares que passaram a incorporar valores ESG para atraírem os olhares dos investidores em um primeiro momento.

Agora para a nova fase ESG estamos caminhando para um processo de refinamento da compreensão e práticas entre as organizações, num estado de busca por maior maturidade frente ao mercado e a todos os públicos.

É o momento de “apertar os cintos” para uma vivência cada vez mais aprofundada naquilo que é mais do que um conceito, mas um novo paradigma do fazer organizacional.

É tempo de reforçar ainda mais as práticas de governança e de tornar o ESG uma realidade entre todas as áreas internas da organização e frente a todas as novas configurações de mercado corporativo que surgem.

Sua empresa familiar está pronta para uma mudança profunda em suas estruturas que corresponda à nova realidade?

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