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Entenda sobre a liderança regenerativa e qual a relação com a governança e o ESG

Em uma era de inúmeras transformações, empresas são desafiadas a todo o momento a inovarem suas estratégias, repensarem metodologias e o seu papel frente ao mercado e sociedade.

Somado a isto, não tem como abordar as mudanças no ambiente corporativo sem mencionar a pandemia, em um contexto antes, durante e após uma das maiores crises de saúde pública do mundo.

Organizações se veem diante da necessidade de repensar sua gestão, seu posicionamento no mercado, diante dos clientes e dos stakeholders.

A professora da FGV (Fundação Getúlio Vargas), Marcela Argollo, falou em artigo para o Summit ESG do Estadão, sobre a necessidade de reinvenção no mundo corporativo.

Ela acredita que a visão mecanicista e competitiva, características associadas ao masculino como: assertividade, competitividade e racionalidade, começam a perder o controle diante da vulnerabilidade e impermanência em meio ao caos no mundo VUCA/BANI.

A especialista aponta este modelo de liderança como um modelo de influência que está focado não apenas nos resultados financeiros de curto prazo, mas em criar impacto positivo de longo prazo na sociedade e meio ambiente.

“Esse modelo de liderança está mais relacionado com características associadas à energia feminina como: resiliência, empatia, colaboração, criatividade e intuição”, acrescenta.

Mas o que é a liderança regenerativa? Como impacta na agenda ESG e em uma governança corporativa eficiente?

Compreendendo sobre a liderança baseada na regeneração

assunto é abordado por especialistas ao redor do mundo, mas o destaque vai para o livro “Liderança Regenerativa – O DNA de organizações que afirmam a vida no século 21”, escrito por Laura Storm e Giles Hutchins.

Os autores defendem que:

“A liderança regenerativa se baseia nos campos multidisciplinares da teoria da complexidade, na cibernética, psicologia do desenvolvimento, teoria de sistemas, ciência holística e muito mais.”

A “regeneração” presente neste conceito de liderança trata do olhar sistêmico para a jornada da vida, considerando desde os aspectos comportamentais e de saúde emocional predominantes no século atual como a ansiedade e a depressão até aquilo que é vivenciado no campo ambiental, quando as pessoas têm se preocupado com a Casa compartilhada: o planeta Terra.

Essa liderança leva à reflexão sobre o não conformismo com modelos que já não funcionam mais.

Este modelo de liderança defende que para melhores resultados quanto à performance e qualidade do trabalho, é necessário oferecer mais do que “extrair” das pessoas.

Essa percepção provém do exercício da agricultura, em que para se ter uma boa safra, é necessário preparar o solo, dar tempo de descanso a ele e nutri-lo com substratos que o levem a frutificar com qualidade. Na natureza em geral, quando se tenta extrair o máximo, o que se tem é um desgaste que pode inutilizar ou empobrecer a qualidade do que é cultivado.

Por isso fala-se constantemente em novos modelos de gestão de pessoas baseados na colaboração, em que são encorajadas a ser quem são integralmente, afinal, por décadas, existia um pensamento de que a pessoa era “profissional” no ambiente de trabalho e não poderia trazer suas questões pessoais, como se fosse possível realizar essa separação.

Liderança Regenerativa, Governança e ESG – qual a relação?

Diversos fatores estão interligados, não se pode abordar meio ambiente, sem abordar sobre pessoas, sociedade, economia, política, governança, etc. E quando se fala em ESG, todas essas complexidades são consideradas.

É o G de governança e todas as suas atribuições como transparência e ética que norteiam as empresas no mercado e que irá transformar o fazer organizacional, levando a um novo modelo de negócios, que tem como foco o impacto positivo e a transformação do mundo.

Marcela Argollo no mesmo artigo fala sobre a visão sistêmica, em que as empresas são vistas como partes de um ecossistema maior, que inclui a comunidade, fornecedores, clientes e a natureza.

O ESG, que ganhou força durante a pandemia, reforça a necessidade de que as organizações se comprometam com todos os seus públicos e que vivenciem aquilo que dizem ser no mercado.

A liderança regenerativa unida ao ESG visa a transformação de “dentro para fora”, ou seja, lideranças e empresas conscientes constantemente estão repensando sua atuação (social e ambiental).

Por muitos anos, empresas reproduziam comportamentos que adoeciam suas pessoas como:

  • Quem gera mais resultado, cresce na empresa;
  • Quem não gera resultados, está fora do negócio;
  • Feedbacks tinham como intuito a melhor performance dos profissionais;
  • Foco total no cliente;

Lembra de mais algum? Porque são muitos os exemplos.

Mas essa forma de organizar as empresas se tornou contraproducente, inclusive, a relação entre organizações e profissionais hoje está pautada em uma via de mão dupla, com o destaque de que, sem talentos, uma empresa não se mantém no mercado.

Como consultor à frente da MORCONE Consultoria Empresarial, auxiliando principalmente empresas familiares, inclusive, na implantação da Governança Corporativa e ESG, atendo inúmeros casos em que é preciso rever a cultura do negócio e desenvolver a compreensão sobre o que é ser ESG e da necessidade de assumir compromissos não por estratégia, mas por de fato acreditar naquilo que prega.

A liderança regenerativa propõe uma administração empresarial com maior nível de autocrítica em que todas as frentes de gestão se veem como participantes de uma vivência mostrada ao mundo.

Não se pode ser uma organização hoje com a mentalidade de que você só irá impactar a sua região, as pessoas que trabalham com você e os clientes que consomem seus produtos/serviços, você está no mundo e não tem controle sobre o impacto que pode provocar com o seu exercício no mercado.

A governança organiza e padroniza a gestão organizacional, cujos conselheiros continuamente direcionam a empresa por meio de agendas atuais, alinhando as estratégias aos propósitos, valores, cultura e compromisso com a sociedade e todos os públicos.

Já o padrão ESG envolve a exposição interna das fragilidades da empresa para uma mudança efetiva, o que exige um posicionamento sólido frente ao mercado.

Juntos, a governança e o ESG exigem uma liderança regenerativa que confronte continuamente a gestão das empresas a integrarem suas inteligências para um impacto positivo que seja capaz de mudar o mundo.

Essa postura demanda o trabalho colaborativo, a contínua reflexão sobre metodologias e gestão, sobre tendências e o que já não funciona mais em um mundo que muda rapidamente.

Não é o momento de pensar em primeiro lugar em ações de curto prazo e de focar energia unicamente no gerenciamento de riscos, é tempo de pensar: como essa organização pode reproduzir sua cultura integralmente no mercado? O que essa empresa está deixando para o mundo? Como tem impactado o mercado, as pessoas e a natureza?

Além da conformidade quanto às leis tributárias, compliance, LGPD, entre outras, como está a conformidade da empresa com a nova era?

O surgimento de novas tecnologias tem levantado frequentemente questionamentos sobre como isso impactará a sociedade. Mas, antes disso, vivenciamos o aumento das exigências no cenário corporativo, principalmente quando se compreende que organizações são “estruturas vivas” que impactam não apenas o mercado, mas as pessoas e o meio ambiente.

Sua empresa está preparada para a liderança regenerativa?

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Veja também:

Governança Corporativa eficiente começa pelo capital humano – principais tendências em gestão de pessoas

Para uma governança eficiente, primeiro é preciso “querer” que ela exista

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