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O que leva uma empresa a se tornar o melhor lugar para se trabalhar?

Absolutamente, uma das razões que levam os profissionais a optarem por determinada empresa é se o ambiente é um bom lugar para trabalhar.

E ao contrário de um ambiente acolhedor e humano, tem sido recorrente o contato com relatos de profissionais que se sentiram ultrajados nas empresas em que trabalhavam, o que caracteriza outro tema em evidência: trabalho tóxico.

O ambiente de trabalho tóxico gera estresse, impacta a produtividade dos profissionais e sua saúde emocional. Alguns sinais indicam ambiente de trabalho tóxico, tais como:

  • Medo de compartilhar ideias e opiniões;
  • Falta de clareza na comunicação entre as pessoas;
  • Liderança não respeita limites como, por exemplo, ligações ou e-mails fora do horário do expediente ou durante o período de folga, entre outros;
  • Preferência explícita por alguns profissionais;
  • Microgerenciamento ou o “controle” sobre cada tarefa, o que impacta na autonomia e criatividade das pessoas;
  • As pessoas têm medo de assumir erros, pois a cultura da empresa mostra que “errar é algo que merece punição”;
  • Expectativas “fora da realidade” impostas sobre os profissionais;

Entre outros.

Com ampla experiência no cenário corporativo, como consultor à frente da MORCONE Consultoria Empresarial, conselheiro e responsável por apoiar a implementação de práticas de governança corporativa e ESG em empresas de todos os segmentos e portes, hoje quero falar sobre o que leva uma empresa a ser o melhor lugar para se trabalhar.

Melhor lugar para se trabalhar – quando essa métrica ganhou força entre as empresas?

Tem sido cada vez mais comum a divulgação dos rankings dos melhores lugares para trabalhar, sendo o selo Great Place to Work o mais mencionado neste quesito.

E essa premiação, considerada tão importante a milhares de empresas ao redor do mundo, surgiu a partir da curiosidade do jornalista americano, Robert Levering. Ele estava acostumado a cobrir conflitos trabalhistas até que foi chamado para a missão de escrever um livro com um título um tanto controverso à sua carreira: “As 100 melhores empresas para se trabalhar na América”.

Ele achava que seria muito mais fácil escrever sobre o oposto, porém, ao iniciar em sua jornada na busca das melhores empresas para se trabalhar ao redor dos Estados Unidos, chegou à conclusão de que existiam bons lugares para se trabalhar, sendo assim escreveu o livro “The Great Place to Work”, que se tornou um best-seller.

Após o sucesso do livro, Levering fundou o Great Place to Work, programa de certificação presente em mais de 53 países com a finalidade de medir a percepção dos profissionais em relação aos lugares em que trabalham.

O que as pessoas esperam do ambiente de trabalho?

Esta é uma indagação cujas respostas têm mudado conforme a evolução das sociedades e acontecimentos de grande impacto no mundo.

Por muitas décadas, a relação entre as empresas com seus profissionais era altamente hierárquica e baseada em um padrão de administração até então classicamente enraizado no “comando e controle”. As pessoas precisavam de dinheiro para se sustentar e as empresas davam a elas o pagamento por seu trabalho e essa análise primitiva acerca dessa relação gerou por décadas um contexto em que a rotatividade pouco importava, pessoas poderiam ser substituídas por outras, caso não “fossem mais úteis” e era necessário seguir as regras, afinal, precisavam do trabalho.

Não pretendo discorrer sobre questões históricas em torno disso, embora ache que em algum momento possa ser interessante de ser compartilhado, mas quero principalmente trazer essa questão do relacionamento entre empresas e pessoas.

Estudo desenvolvido pela Mercer, “The 2018 Global Talent Trends” (tradução livre “Tendências Globais de Talentos para 2018”) reuniu informações de 800 executivos de negócios, 1.800 líderes de RH e 5.000 profissionais em 21 setores de 44 países ao redor do mundo.

E entre as descobertas, três fatores ganharam evidência quanto ao que os profissionais e candidatos a vagas procuram em uma empresa:

  • Flexibilidade no ambiente de trabalho;
  • Compromisso com a saúde e o bem-estar;
  • Trabalho com propósito.

Considerando os acontecimentos mundiais marcados pela pandemia de Covid-19, que levaram à descentralização do ambiente de trabalho por meio da adoção do trabalho remoto, ampla digitalização e maior necessidade por parte das empresas de ampliaram ferramentas para uma comunicação e gerenciamento de pessoas mais eficaz, pode-se afirmar que os três fatores de destaque no estudo só se tornaram mais fortes para milhares de pessoas ao redor do mundo.

Não basta somente o suprimento material, as pessoas desejam mais, ser acolhidas, ter voz, continuar se desenvolvendo profissionalmente e sentir que fazem parte de algo que impacta de alguma maneira o mundo.

Melhores empresas do mundo estão comprometidas com o ‘S’ do ESG

As empresas que estão entre as consideradas o melhor lugar para se trabalhar reúnem algumas importantes características, dentre elas:

  • Priorizam as pessoas ou gestão de pessoas – Estão continuamente revendo sua cultura e ações de maneira a manter a satisfação dos profissionais, promover o bem-estar e ações que o façam sentir-se pertencentes, entre outras;
  • Oferecem planos de carreira – empresas que representam o melhor lugar para se trabalhar estão focadas em oferecer aos seus profissionais oportunidades de crescimento profissional dentro da própria organização;
  • Oferecem benefícios aos profissionais – são organizações que assumem o compromisso de acolher os profissionais em suas demandas e necessidades, por exemplo, se o profissional passa a trabalhar remotamente, a empresa se compromete a oferecer a infraestrutura e cobrir os custos para que possa desempenhar o trabalho da melhor maneira;
  • Assumem responsabilidade social e ambiental – por meio de atitudes concretas demonstram ser sustentáveis não apenas no que se refere a ações adotadas para preservar o meio ambiente, mas que também se refletem sobre a sociedade;

Entre outras.

Essas empresas estão comprometidas primeiramente consigo mesmas, mesmo quando estão participando de certificações como é o caso da mencionada Great Place to Work.

A responsabilidade corporativa e o ‘S’ do ESG são fatores imprescindíveis em organizações que estão em busca de se tornarem referência não apenas do ponto de vista do mercado e dos investidores, mas também quanto ao que os profissionais esperam do ambiente de trabalho.

Verdade é que ter um selo de reconhecimento pode, em muitos casos, não representar nada à medida que a organização vive o oposto.

O melhor lugar para se trabalhar está ligado à vivência da cultura e propósito por parte das organizações e ao seu anseio de se tornar um ambiente verdadeiramente diverso e inclusivo.

É aquele em que a colaboração e a autonomia são vivenciadas na prática e em que as pessoas têm voz para expressar suas ideias ou aquilo que desejam que seja diferente.

As melhores empresas do mundo são aquelas em que existe liberdade para que as pessoas possam errar assim como também para que possam se expressar criativamente.

O melhor caminho para isso está em lideranças fortalecidas e humanas, em uma governança estruturada e em princípios ESG presentes em todas as dinâmicas gerenciais que envolvem a empresa.

Definitivamente o melhor lugar para se trabalhar não é aquele que está descrito em um ranking de certificação, mas aquele do qual as pessoas ‘testemunham’ ser um bom lugar.

 

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Veja também:

Estratégias de ESG – por onde as empresas podem começar no caminho da sustentabilidade?

Sociedade 5.0 – Quando a tecnologia se desenvolve em torno das necessidades humanas

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