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Senso de propósito – um dos principais atributos para um conselho bem-sucedido

Rever processos, direcionar esforços para a ampla digitalização, investir fortemente em novas metodologias, ter uma governança estruturada, ser ESG além do discurso, entre tantas outras demandas de um mercado cada vez mais exigente, mas, sem um ativo essencial, qualquer iniciativa perderá a importância: senso de propósito.

E temos ouvido tanto falar em propósito nos últimos anos, com ênfase no período da pandemia que, para muitos, a sensação seja a de um tema recorrente e já conhecido de todos, mas será mesmo que as pessoas sabem o que realmente significa propósito?

Com ampla experiência no mercado corporativo, como consultor à frente da MORCONE Consultoria Empresarial, conselheiro consultivo e responsável por implementar governança corporativa estruturada e ESG em empresas de todos os portes e segmentos, hoje quero falar sobre o propósito como norteador fundamental às organizações, mas, sobretudo, aos conselhos.

Senso de propósito – como vivenciá-lo integralmente?

A sociedade vem exigindo cada vez mais que as empresas (públicas e privadas) respondam aos grandes desafios sociais da atualidade, e uma das respostas a essa realidade é o fortalecimento da pauta ESG como um conceito de sustentabilidade revisitado de acordo com as dores e urgências de um mundo caótico.

Não basta o bom desempenho nas áreas financeira, operacional, tampouco figurar entre as empresas mais bem-sucedidas ou sustentáveis nos principais relatórios, é preciso responder ao mundo como está contribuindo positivamente para a sociedade e beneficiando seus stakeholders (acionistas, funcionários, clientes, comunidades ao redor da empresa, etc.).

E é diante dessa realidade complexa, atualmente representada pela sigla BANI (em português para destacar um mundo Frágil, Ansioso, Não-Linear e Incompreensível) que o senso de propósito se destaca.

Sem senso de propósito, certamente nenhuma empresa (pública ou privada) pode atingir todo o seu potencial, pois tende a se curvar diante das pressões de curto prazo, sacrificando sua razão de existir no mercado.

Mas, além disso, é fundamental pensar no senso de propósito como um dos principais ativos dos conselhos e como uma necessidade de resgate para que consiga evoluir adequadamente de acordo com as inúmeras transformações “não lineares” que ocorrem no planeta.

Propósito – será mesmo que as pessoas compreendem a profundidade deste conceito?

O que você define por propósito? E indo além: o que compreende como visão, missão e propósito? Esta parece uma tríade de simples compreensão, mas que na prática pode confundir muitas organizações e as levar a uma estrutura cultural equivocada.

Em artigo publicado pelo consultor de Estratégia e Liderança, Jeroen Kraaijenbrink, as definições acerca de missão, visão e propósito são revisitadas para que não restem dúvidas quanto aos respectivos significados que as interligam.

Cada um dos conceitos reverbera a necessidade de que a lucratividade aponte para algo além do dinheiro e, embora sejam conceitos sinônimos, o especialista aponta as diferenças e relações entre si.

Segundo ele, visão e missão podem ser exemplificadas da seguinte maneira:

 

Visão

De dentro para fora: representa o impulso interior ou algo que se deseja alcançar;

Push (trad. livre “o que empurra”, “o que move”, motivação): destaque para os objetivos e desejos;

Feeling (trad. livre “sensibilidade”, “sentimento”): movida por sentimentos e emoções internas;

Paixão: foco naquilo pelo qual se é apaixonado;

In-order-to (trad. livre “Qual o intuito?”, “para quê?”): baseada na racionalidade orientada a objetivos.

 

Missão

De fora para dentro: Representa um chamado, aquilo pelo qual você é atraído;

Push (trad. livre “o que empurra”, “o que move”, motivação): destaque para as necessidades e demandas;

Sensing (trad. livre “relacionado à atividade sensorial”): motivado por sinais externos de outros;

Contribuição: com foco naquilo que faz a diferença;

Because-of (trad. livre por causa de): baseada na racionalidade orientada pela razão.

O especialista acrescenta que o propósito é o encontro da missão e visão, o que gera a fórmula:

Propósito = Missão em união com a Visão

 

O quanto o senso de propósito impacta nos conselhos?

Provavelmente nos primeiros anos de escola, você se lembre do questionamento sobre “a diferença entre ser e ter”.

E quando se fala em organizações, existe um questionamento que pode ser norteador para refletir sobre a força de seu propósito: se eu deixar de existir, o mundo se lembrará da minha existência?

O trabalho não representa apenas o “meio pelo qual se ganha dinheiro”, o que é evidenciado por aquilo que as pessoas têm mais buscado atualmente: bem-estar, acolhimento, humanização, plano de carreira, liberdade para serem ouvidas, etc.

Todos desejam encontrar o seu propósito individual, e quanto às empresas, estão em busca de compreender e vivenciar o mesmo e não é diferente quanto aos conselhos de administração e consultivo.

É de conhecimento do mundo corporativo o papel do conselho de administração como guardião da estratégia organizacional e também o de lembrar continuamente a todas as esferas da empresa sobre o propósito que a move, mas o senso de propósito também é de suma importância entre os conselhos, em sua composição e em seu exercício.

Um conselho que lidera com senso de propósito, deve reunir algumas premissas, como:

Propósito vem antes da organização – e precisa ser a prioridade ao se considerar qualquer ação na empresa;

Responsabilidade pelo ecossistema – empresas impactam, positiva ou negativamente, o ecossistema que as envolve (profissionais, fornecedores, clientes, comunidades em seu entorno, etc.) e é fundamental adquirir consciência sobre esta realidade;

Mentalidade equitativa – é fundamental que esforços sejam empregados para resultados equitativos/igualitário e, para isso, as estratégias e ações da empresa precisam estar alinhadas em torno desta premissa;

Voz e poder legitimados – é essencial que as esferas envolvidas com a organização sejam dotadas de voz e poder.

O conselho deve se guiar, antes de tudo, pelos princípios que o move, prezando por sua autonomia enquanto órgão direcionador às organizações, assumindo um papel cada vez mais ativo nas empresas em que atua sem permitir que fatores externos corrompam suas atribuições.

Apenas movido por senso de propósito é possível a este órgão fluir sem impedimentos a fim de garantir a transparência, segurança e eficiência em todas as ações desempenhadas na organização.

Para exercer toda a sua capacidade sem reservas, é essencial a cada conselheiro a busca por aprimorar suas habilidades refinando seus conhecimentos e, descobrindo a fundo o propósito que o move enquanto profissional, apenas assim, conseguirá fortalecer o corpo de conselheiros com a sua integridade técnica e humana.

Sem senso de propósito, as ações não são guiadas adequadamente, tampouco existe estrutura sólida para amparar a empresa em cenários desafiadores.

O que te move vem à frente de sua atuação profissional e até mesmo de sua vida, sendo assim, o propósito é aquilo que torna a sua motivação constante, que não te tira do foco, mesmo em períodos de incerteza e que te faz desejar ir mais longe, mesmo quando todas as circunstâncias te dizem o oposto.

Qual o propósito que te move enquanto profissional e que vem à frente na sua jornada de vida?

 

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Veja também:

Estratégias de ESG – por onde as empresas podem começar no caminho da sustentabilidade?

O que leva uma empresa a se tornar o melhor lugar para se trabalhar?

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